sexta-feira, 8 de julho de 2011

Caso Juan: Mais um sonho interrompido à bala



Aprendi que devemos evitar pensar ou falar sobre coisas desagradáveis, porque "o bem atrai o bem, assim como o mal atrai o mal..." Entretanto, não posso deixar de falar de mais uma criança negra exterminada sem motivo e "confundida" com traficante.
O garoto Juan Moraes, de 11 anos, foi assassinado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. Sim! Os assassinos estavam fardados e representavam a Polícia Militar, então é dessa forma que vou me referir a eles. Mais um capítulo de uma limpeza étnica que acontece todos os dias, - desde que a tão sonhada "democracia racial" de Gilberto Freyre e Demétrio Magnoli começou a vigorar no Brasil - apesar de nem todos os casos conseguirem a mesma repercussão.
Assassinato covarde de uma criança indefesa para atender ao interesse de quem? Dos que se trancam nos seus condomínios com guarita e cerca elétrica? Das madames que apertam as bolsas ao verem um negro vindo na direção contrária da calçada?
Enquanto Palocci e outros integrantes da extensa quadrilha de gravata que se esconde em Brasília continuam aumentando seus patrimônios impunemente, a polícia continua sua caça a jovens negros das favelas e das periferias, pra dar alguma "satisfação" aos "contribuintes". Pra mostrar que estão fazendo alguma coisa. Quando corpos negros são achados em vias públicas, sem testemunhas que comprovem, a polícia costuma vir a público afirmar que os "suspeitos" foram mortos em "troca de tiros", por mais que as famílias e amigos das vítimas neguem essa versão.
Os assassinos de Juan só não contavam com a coragem de algumas testemunhas em romper a lei do silêncio, enfrentar as ameaças e registrar o que viram e ouviram. Agora que a imprensa está em cima, pessoas serão "punidas", exoneradas etc., pra responder ao apelo popular que cresceu vertiginosamente.
Somos muito fortes. A cada assassinato como esse, nos revoltamos e mostramos que estamos aqui, sobrevivendo. Desafiando os poderes públicos a cada dia que levantamos da cama. 
Porra, ele só tinha 11 anos!

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