domingo, 29 de outubro de 2017

Lewis Hamilton é Tetra Campeão Mundial de Fórmula 1!


Não foi do jeito que ele queria. No sábado, Lewis Hamilton deixou bem claro que gostaria de conquistar o tetracampeonato na Fórmula 1 vencendo o GP do México. Largando na terceira colocação, o inglês partiu para cima do pole Sebastian Vettel, mas acabou tomando um toque do piloto da Ferrari. Com isso, os dois tiveram que ir ao box, voltando à pista no final do grid. O alemão ainda conseguiu fazer uma prova de recuperação, recebendo a quadriculada em quarto, porém não foi o suficiente para levar a decisão do título ao Brasil. Mesmo em nono, o britânico garantiu o título mundial, visto que encerrou a prova mexicana com 56 pontos de vantagem na liderança do campeonato.


Em seu Facebook, Hamilton escreveu:

"Quando criança, eu sempre sonhei em estar na Fórmula 1. Eu nunca perdi de vista esse sonho, mesmo quando as pessoas disseram que seria impossível. Eu estou aqui agora com 4 Campeonatos do Mundo e sou prova de que, se você seguir seus sonhos com tudo o que você tem, eles podem se tornar realidade. Sou muito grato a todas as 1.500 pessoas na minha equipe, porque todos têm o sonho de fazer o melhor carro de F1 e fazer incansavelmente esse sonho se tornar realidade. Meus fãs, #TeamLH, eu não estaria aqui sem vocês. Vocês me levaram através da adversidade e compartilharam minha alegria em momentos como esses. Verdadeiramente, obrigado. Estamos todos nos erguendo juntos e estou muito entusiasmado com o que o nosso futuro nos trará. # LH4 🏆 # StillWeRise #TeamLH Mercedes-AMG Petronas Motorsport"

Fontes: Globo Esporte/ Facebook

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Somália sofre o pior atentado de sua história

Bandeira da Somália


Em entrevista ao jornal norte-americano The New York Times , o ex-ministro de Segurança Interna Abdirizak Omar Mohamed disse que foram confirmadas 237 mortes. Já um senador entrevistado pela "Associated Press" fala em 231 vítimas. Estima-se que existam mais de 300 feridos.
[Atualização: o número de mortos já ultrapassa 280 pessoas]

Além disso, as autoridades descobriram que o atentado foi realizado com dois caminhões-bomba, e não um, como havia sido divulgado anteriormente.

Os médicos ainda lutam para salvar os mais de 200 feridos no atentado, muitos deles queimados além da possibilidade de reconhecimento. As autoridades locais ainda temem que o balanço da explosão continue se agravando, mas, segundo a "Associated Press", oficiais não estão autorizados a conversar com repórteres.
Civis em destroços após atentado com carros bombas na Somália
O local da explosão ficou completamente destruído.

O ataque ocorreu em frente ao hotel Safari, que fica perto de ministérios do governo somali e em uma rua bastante movimentada de Mogadíscio. O prédio foi amplamente destruído pela explosão. "Em nossos 10 anos de experiência em primeiros socorros em Mogadíscio, nunca tínhamos visto algo assim", diz uma mensagem postada no Twitter pelo serviço de ambulâncias da capital.

O presidente Mohamed Abdullahi Mohamed declarou três dias de luto e se juntou às milhares de pessoas que responderam aos apelos desesperados dos hospitais por doações de sangue. "Estou implorando ao povo somali para que doem", afirmou o mandatário.

Segundo o diretor do Hospital Medina, Mohamed Yusuf, citado pela "AP", o local está sobrecarregado de mortos e feridos. "Recebemos pessoas cujos membros foram arrancados pela bomba. É realmente horrível, nunca tínhamos visto algo assim", acrescentou.

De acordo com o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, pelo menos quatro voluntários estão entre as vítimas. "O balanço pode aumentar porque ainda há muitos voluntários desaparecidos", diz um comunicado da entidade.

 A explosão ainda não foi reivindicada, mas o governo culpa o grupo fundamentalista islâmico somali Al Shabab, que vem aumentando suas ações no centro e no sul do país nos últimos meses. A milícia está em guerra contra o Exército e os mais de 20 mil homens enviados pela União Africana, que contam com o apoio de drones dos Estados Unidos.

O atentado ocorreu dois dias depois de um encontro em Mogadíscio entre o presidente da Somália e expoentes do comando dos EUA na África. Além disso, três dias atrás, o governo perdeu dois membros de seu alto escalão, o ministro da Defesa Abdirashid Abdullahi Mohamed e o chefe das Forças Armadas Ahmed Jimale.

Situado no Chifre da África, o país é um dos mais vulneráveis do mundo por causa da pobreza disseminada, da atuação de milícias terroristas e da instabilidade política. Em março passado, o governo somali chegou a declarar estado de calamidade nacional por causa da fome.

Fontes: Terra/Reuters

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Por que os atletas Negros brasileiros não se posicionam contra o racismo?

Colin Kaepernick (dir.) ex-jogador do San Francisco 49ers, iniciou uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial que se espalhou pelos EUA.

Por Gill Nguni

Para os amantes dos esportes, principalmente pra quem acompanha as ligas estadunidenses, com destaque para a NBA e a NFL (liga de basquete e de futebol americano, respectivamente), é impossível passar incólume pelos protestos que tomaram conta do país, desde que Colin Kaepernick, então quarterback do San Francisco 49ers, ajoelhou pela primeira vez durante a execução do hino nacional dos Estados Unidos. Começou como uma manifestação solitária e silenciosa contra o racismo e violência policial que afeta muito mais as populações Negras do que as brancas ou de outras etnias, tanto lá quanto aqui, mas acabou se espalhando pelo país como um furacão. 

Em tempos de um abertamente racista Donald Trump como presidente, Kaepernick despertou sentimentos diversos na população. Teve uma forte reação dos mais conservadores, sofreu boicotes de patrocinadores, não teve seu contrato renovado com o 49ers nem conseguiu outro time na liga, mas, em contrapartida, viu as vendas de sua camisa dispararem (como pode ser visto AQUI) e recebe até hoje, mais de um ano depois, a adesão de demais atletas e personalidades Negras do país, como a tenista Serena Williams, astros da NBA como LeBron James e Stephen Curry e bandas como o Prophets of Rage (composta por músicos do Rage Against The Machine, Cypress Hill e Public Enemy), além do apoio de vários jogadores e instituições da própria NFL. A eleição de Trump à Casa Branca, com suas declarações lamentáveis, contribuiu para o aumento das tensões raciais nos EUA, cada vez mais violentas.

Voltando ao questionamento do título, por que é tão incomum ver manifestações públicas de repúdio de atletas Negros ao racismo no Brasil? Por que personalidades dos esportes, como Pelé, Neymar, Daniel Alves, Gabriel Jesus, William, entre outros, não se posicionam? Aqui, os atletas só se manifestam quando eles próprios são as vítimas e, até mesmo nestes casos, a manifestação é tímida, logo abafada pela imprensa. Não é raro acontecer um caso de racismo nos estádios de futebol, mas não tem muito alarde nem repercussão. Assim como nos EUA, a violência policial também é mais incisiva nos bairros periféricos e contra as populações Negras. O encarceramento em massa, as parcialidades da justiça e o biotipo suspeito têm a mesma cor, aqui ou lá.
O caso Aranha (ex-goleiro do Santos) foi o último de grande repercussão no Brasil, em 2014. O Grêmio foi excluído da Copa do Brasil, após insultos racistas de sua torcida ao goleiro, mas nada mudou na maneira como o país lida com o racismo.


Uma hipótese levantada e que eu prontamente discordo é de que "o racismo nos Estados Unidos é escancarado e o do Brasil é velado". Não tem nada de "velado" na maneira como o racismo nos atinge. Muito pelo contrário, é alardeado aos quatro ventos por "personalidades" da TV, do entretenimento e da política, incluindo aspirantes ao cargo de presidente da República. É explícito na ausência de pessoas Negras na mídia, no jornalismo, nos programas de esportes e nos cargos de chefia de grandes empresas. 

Outras pessoas dizem que a formação dos atletas estadunidenses, normalmente oriundos de faculdades, influencia em seu posicionamento, por possuírem uma "bagagem cultural" maior que a maioria dos atletas brasileiros, de origem humilde e com baixa escolaridade. Esta afirmação soa até preconceituosa e elitista, por achar que apenas as pessoas de nível superior sabem se expressar com coerência. O racismo não escolhe escolaridade nem classe social. Nenhum Negro está isento de ser uma vítima, sendo famoso ou anônimo, professor ou analfabeto. Artistas de diversas áreas e moradores de comunidades quilombolas nem sempre possuem nível superior, mas se manifestam de maneira contundente contra o racismo e o verdadeiro genocídio do povo Negro, comparável às mais terríveis zonas de guerra do Oriente Médio ou do Leste Europeu.

Não falta escolaridade. Falta coragem. Muitos atletas Negros têm medo de perder os privilégios dos patrocinadores, temem represálias ou, em casos mais extremos, até gostam de se sentir "diferentes" dos demais, passando batidos pelo que acontece e pelo que veem diariamente nos noticiários, levando a vida como se não tivessem nada com isso. Até que o racismo os encontre num restaurante chique, num condomínio, numa concessionária ou na porta giratória de algum banco.