quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O Mito de Hórus


Hórus é um dos deuses egípcios mais conhecidos. Como as antigas divindades egípcias eram antropozoomórficas (deuses que misturam características humanas e de animais), Hórus é conhecido como o deus-falcão. Por isso, simboliza o Sol, os céus e, desde o Antigo Egito, é um símbolo da realeza divina e o protetor do faraó reinante. No decorrer da história egípcia, Hórus foi pessoalmente identificado com o faraó, talvez porque o falcão podia voar através dos céus a grandes alturas e vigiar o império. Hórus também é associado a Rá, o principal deus egípcio do Sol, da vida e da criação.

Hórus era filho do rei Osíris com a rainha Ísis. A história de morte e ressurreição de seu pai simbolizava a imortalidade e o triunfo do Bem sobre o Mal. De acordo com o mito, Osíris era tão poderoso e estimado, que provocou ciúmes em seu irmão Set, que o assassinou e esquartejou, espalhando seus pedaços.

Ísis e sua irmã Néftis procuraram e juntaram pacientemente os pedaços de Osíris. Com a ajuda do deus Thot, a deusa Ísis conseguiu reconstruir seu corpo e o ressuscitou. Juntos, conceberam Hórus. 

Ao  tornar-se adulto, Hórus vingou a morte do pai, destronando Set e convertendo-se no novo rei do Egito. Na batalha, porém, Set arrancou um olho de Hórus, mas Thot o reconstituiu e este passou a ser um amuleto e símbolo de proteção muito popular até hoje. Os faraós reinantes eram associados a Hórus, enquanto os falecidos eram associados a Osíris.

A batalha entre Hórus e Set também representa a dualidade entre Luz e Trevas, Dia versus Noite, Fertilidade contra Aridez.

Olho de Hórus, também conhecido como udyat, é um símbolo que significa poder e proteção. O olho de Hórus era um dos amuletos mais importantes no Egito Antigo, e representação de força, vigor, segurança e saúde.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Roteirista de Dear White People agradece ao boicote em massa

Repercussão negativa do trailer da série produzida pela Netflix faz milhões de usuários do serviço de streaming cancelarem suas assinaturas.

A série Dear Wihite People ainda nem estreou é já gerou polêmica ao liberar seu primeiro trailer. Baseada no filme de mesmo nome (no Brasil conhecido como Cara Gente Branca) a adaptação produzida pela Netflix conta a história de um grupo de estudantes negros que enfrentam diariamente o preconceito racial dentro de uma universidade predominada por alunos brancos. Estes satirizam os negros através da prática da blackface, na qual pessoas brancas pintam seus rostos de preto como forma deboche.
Na semana passada, foi liberado oprimeiro teaser e em questões de minutos já choveram críticas negativas. Muitos usuários cancelaram suas assinaturas do Netflix como forma de protesto a uma série que promove o genocídio aos brancos.
No YouTube, o teaser já passa dos 4 milhões de visualizações, e mais de 380 mil usuários o marcaram com um "não gostei". Segundo o IMDB (Internet Movie Database), a série recebeu a nota 6,3, que se comparada com as demais é uma nota bem inferior.
Justin Simien, diretor do filme e roteirista da adaptação para a Internet, usou sua página no Facebook para agradecer e responder a todos que cancelaram suas assinaturas por considerarem Dear White People como uma série anti-brancos:
“Obrigado por me ajudarem a fazer o teaser da série se tornar o vídeo mais visto na história da Netflix!”
“A igualdade se sente como opressão aos privilegiados e, portanto, três palavras benignas devem enviá-los em uma luta por sua própria existência, mas eles não estão em perigo real. Qual é o meu papel como artista? Criar histórias. Histórias nos ensinam empatia. Eles nos colocam nas peles de outras pessoas. Todo o nosso conceito de realidade é baseado em histórias. Então conte a sua história. Diga a verdade inconveniente. É a única coisa que nos salvou”., declarou.
Dear White People tem co-produção da Lionsgate Television (a mesma das premiadas Orange Is The New Black e Mad Men: Inventando Verdades) e estreia no dia 28 de Abril na Netflix. Serão 10 episódios com a atriz Logan Browning, interpretando a protagonista Samantha White, e o ator Brandon P. Bell, repetindo o personagem Troy Fairbanks do filme.
Fonte: Blasting News

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Quando o cabelo afro interfere nas oportunidades de emprego das mulheres Negras

Natália Eiras
Do UOL, em São Paulo

Há quem diga que não existe racismo no Brasil. Que a miscigenação fez o povo brasileiro ser muito mais tolerante com relação às diferenças étnicas. Algumas mulheres que ostentam o cabelo black power ou penteados típicos da cultura negra não concordam com isso, principalmente no mercado de trabalho.
Dona de fios crespos e armados, Dayane Rodrigues, da cidade de São Paulo, narrou nesta segunda-feira (16/11/2015), em seu Facebook, o tipo de situação que as negras passam frequentemente durante uma entrevista de emprego. "Eles sequer olharam para o meu currículo. Só mandaram um: 'Com este cabelo você não vai ser contratada'". 
Na semana da Consciência Negra, o UOL buscou alguns depoimentos de mulheres que já sofreram preconceito no ambiente de trabalho por causa do cabelo afro: 

  • Arquivo pessoal



    "Black não condiz com sua formação"

    "Já ouvi diversas vezes que meu cabelo não condiz com a minha formação. As pessoas não esperam que uma mulher negra seja formada em administração e muito menos que ela use black. Já aconteceu em um processo seletivo o entrevistador com o meu currículo na mão chamar o meu nome e, ao me ver levantando, dizer: 'Não chamei você. Chamei a Kelly'". (Kelly Cristina Nascimento, 29 anos, de São Paulo (SP)

  • Arquivo pessoal


    "Faz chapinha para ver os clientes"

    "Em 2012, fui trabalhar como analista de social media em uma agência e eventualmente teríamos que visitar clientes. O dono da agência disse que, quando eu fosse falar com os clientes, eu deveria fazer chapinha. Na época, eu não tinha a noção de que isso era uma demonstração clara de racismo". (Taís Oliveira, 25 anos, de Guarulhos (SP).

  • Arquivo pessoal


    "Boa aparência"

    "Uma amiga arrumou para mim um emprego de babá. Ela contou para a contratante que eu tinha cabelo cacheado e a mulher perguntou se ele era 'para o alto'. A contratante pegou, então, o meu contato e viu a minha foto no Whatsapp. Mas, por causa da química que eu usava na época, o meu cabelo caiu e tive que cortá-lo bem baixinho. Quando cheguei na casa da família, a mulher ficou em choque e a primeira coisa que perguntou foi o que tinha acontecido com o meu cabelo. Depois, ela disse que tinha gostado do meu currículo, mas que a aparência também contava porque eles eram da alta sociedade, frequentavam lugares importantes e que, provavelmente, eu também iria. Ela tinha seis funcionários na casa: cinco eram negras e o motorista branco. Todas as negras tinham o cabelo liso" (Dayana da Silva Santiago, 27 anos, de Itaguaí (RJ)

  • Arquivo pessoal


    "Perfil da empresa"

    "Em uma entrevista individual, me perguntaram se eu poderia alisar o cabelo e pintá-lo. Eu disse que não e eles me dispensaram. Em uma loja de sapatos, já ouvi que não fazia o perfil da empresa -- o lugar não tinha vendedores negros. Em um shopping, deixei o meu currículo e não deixaram eu fazer entrevista, porque eles tinham um limite de pessoas por dia. Eu tinha sido a primeira a chegar" (Jéssica Caroline da Silva Conceição, 23 anos, de Duque de Caxias (RJ)

  • Arquivo Pessoal


    Mas há esperança no mundo...

    "Em 2012, estava precisando loucamente trabalhar. Consegui uma entrevista e ao sair, minha mãe questionou o fato de eu sair com o black power solto e com uma flor rosa choque. Ao chegar na empresa, a supervisora me olhou de cima abaixo com uma expressão que achei que era 'ruim'. No fim, ela me contratou dentre vários candidatos bem mais qualificados porque, segundo ela, eu tinha 'muita atitude para assumir minha cor e principalmente meu cabelo'" (Débora Andrade, 32 anos, de São Paulo (SP)