sábado, 26 de julho de 2014

25 de Julho - Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha


A todas as mulheres Negras que lutam e resistem contra todos os tipos de preconceitos. Por um mundo menos desigual e mais plural. Que todas as pessoas tenham seus direitos reconhecidos, e suas diferenças respeitadas.
Axé 
Ufanisi

sexta-feira, 18 de julho de 2014

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Novo Capitão América é Negro

Sam Wilson sob o manto do Capitão América. Fonte: Marvel/Legião dos Heróis

Sou um grande admirador de HQs, mas não tenho grande simpatia pelo Capitão América, justamente por tudo que ele representa, a ideologia "perfeita" do American Way of Life. Contudo, a partir de setembro, o "Sentinela da Liberdade" passa a contar com a minha admiração.
Sam Wilson, o Falcão, um dos poucos heróis Negros das HQs (e sem muito destaque, como de praxe), será o herdeiro do uniforme Vermelho, Azul e Branco nos quadrinhos. O personagem manterá suas asas originais e será escrito por Rick Remender e desenhado por Stuart Immonem na revista All-New Capitain America.
A história para que isso aconteça será a seguinte: Steve Rogers, o Capitão original, terá envelhecido cerca de 65 anos em pouco tempo, por estar sem o Soro do Supersoldado, responsável por mantê-lo vivo, jovem e saudável por tantos anos. Como Sam era um dos seus melhores e mais competentes amigos, foi a escolha óbvia para sucedê-lo.
Normalmente, não gosto muito de mudanças extremas nos personagens das HQs, mas entendo o quanto as editoras principais, Marvel e DC Comics, precisam se atualizar e abraçar os novos tempos (recentemente foi anunciado que Thor será uma mulher. Antes disso, o Lanterna Verde já foi repaginado como um super-herói homossexual, o Homem-Aranha já teve sua versão Negra etc.), pois o perfil do consumidor de suas revistas mudou, ou simplesmente, se tornou mais exigente. As crianças e adolescentes nem sempre se identificam com os heróis originais, e isso, logicamente, interfere nas vendas.
Não são poucos os debates - inclusive acadêmicos - sobre o arquétipo do super-herói: o homem branco que salva as mocinhas inocentes e indefesas. Poucas exceções existem no caso das mulheres, como Mulher-Maravilha, Mulher-Gato e Tempestade, por exemplo. E é ainda mais difícil encontrar heróis Negros de relevância nas HQs (Pantera Negra, Luke Cage, Falcão etc.).
Não podemos afirmar com certeza se estas mudanças serão definitivas ou temporárias. O importante é que os quadrinhos estão começando a perceber a pluralidade do mundo e das suas fontes de renda. O lema "não me vejo, não compro", pelo menos nos EUA, começa a dar os primeiros frutos.


quarta-feira, 9 de julho de 2014

O Sankofa


Hoje, depois de meses pensando, finalmente tomei coragem e tatuei o Sankofa.

Sankofa deriva de um provérbio tradicional dos povos Akan da África Ocidental, em regiões como Costa do Marfim, Gana e Togo, por exemplo. Significa “se wo were fi na wosan kofa a yenki” , ou "nunca é tarde para voltar e pegar o que ficou pra trás", cabendo também sua forma resumida: "volte e pegue".

Sua representação vem dos ideogramas Adinkra, e pode ser um coração estilizado com contornos, como linhas que se encontram, ou pode ser um pássaro com os pés voltados para frente e a cabeça para trás, carregando um ovo no bico. 

Os pés para frente simbolizam nossa caminhada, nossa trajetória pelo mundo, mas, ao olhar para trás, o Sankofa simboliza, também, o aprendizado com os ancestrais. A necessidade de respeitar a sabedoria dos que vieram antes de nós, conceito recorrente na tradição africana. 
O ovo que o pássaro carrega representa o futuro, o ciclo da vida e as próximas gerações, pois o ovo é uma vida em potencial.

Os inúmeros ideogramas Adinkra derrubam mais uma tese de que o continente africano não possuía uma escrita organizada antes da colonização europeia.


Aprender com o passado. Entender o presente. Moldar o futuro!





terça-feira, 8 de julho de 2014

Cinema nigeriano traz primeiro filme retratando Orixás como super-heróis

A humanidade caminha para a autodestruição e somente um super-herói com poderes divinos pode salvá-la. O enredo que poderia ser visto em qualquer filme do Thor, Hércules ou até Cavaleiros do Zodíaco, terá uma versão africana com os orixás como protagonistas.
Tô muito ansioso pra assistir esse filme, desde que soube de sua existência. Acredito que isso possa contribuir um pouco para que o preconceito religioso diminua um pouco, ou pelo menos, fomentar o debate.
Oya - Rise of the Suporishas (algo como Oyá - A Ascensão dos Super-Orixás), escrito e dirigido por Nosa Igbnedion, traz a história de Oyá (ou Iansã), senhora dos raios e trovões no panteão iorubano, e sua saga na luta contra a destruição da humanidade por forças malignas.
O enredo é mitológico, como o é a cosmogonia africana, semelhante à greco-romana e a nórdica, por exemplo. É um tema que sempre abordo em sala de aula, justamente porque Thor, Zeus, Hércules, Athena e até mesmo Hades e Loki, considerados "vilões" na mitologia europeia, não são tão "demonizados" quanto os deuses africanos. 
Quando comecei a ler sobre o assunto, sempre pensei nos Orixás como super-heróis, por causa dos atributos de cada um. Como fã de quadrinhos, minha associação entre Oyá e Tempestade, dos X-Men, foi imediata. Espero muito por esse filme !!

Veja o trailer:




quarta-feira, 2 de julho de 2014

A Heroína Negra da Independência do Brasil na Bahia

Maria Felipa é mais uma personalidade Negra que não recebeu da historiografia tradicional o devido reconhecimento pelas lutas em prol da independência definitiva do Brasil na Bahia.


"Viva o dia em que Maria Felipa meteu a desgraça em todo mundo!!!"


Maria Auxiliadora Natividade



DE GANHADEIRA A HEROÍNA, MARIA FELIPA, QUE VEIO DO NOSSO POVO NEGRO BAIANO!
VIVA O 2 DE JULHO!

Liderando um grupo de mulheres e homens de diferentes classes e etnias, a Heroína Negra da Independência, como é conhecida, organizou o envio de mantimentos para o Recôncavo, como também as chamadas “vedetas”, que eram vigias nas praias, para prevenir o desembarque de tropas inimigas além de participar ativamente de vários conflitos.

Durante as batalhas, seu grupo ajudou a incendiar inúmeras embarcações: a Canhoneira Dez de Fevereiro, em 1º de outubro de 1822, na praia de Manguinhos; a Barca Constituição, em 12 de outubro de 1822, na Praia do Convento; em 7 de janeiro de 1823, liderou aproximadamente 40 mulheres na defesa das praias. Armadas com peixeiras e galhos de cansanção, surravam os portugueses para depois atear fogo aos barcos usando tochas feitas de palha de coco e chumbo.

Após a independência, Maria Felipa ainda manteve suas posições de desafio ao status quo e as reivindicações da população; na primeira cerimônia de hasteamento da bandeira nacional na Fortaleza de São Lourenço, em Ponta das Baleias, Felipa e seu grupo, do qual são conhecidas Joana Soaleira, Brígida do Vale e Marcolina, invadem a Armação de Pesca de Araújo Mendes, português abastado, e surram o vigia Guimarães das Uvas, evidenciando que as lutas da população itaparicana não haviam terminado e demonstrando a hostilidade que havia entre a população brasileira, principalmente Negra e mulata – chamada de “cabras”.
Maria Felipa de Oliveira é uma representação de como a comunidade itaparicana encara sua participação na Guerra de Independência. Seu caráter popular e aguerrido, suas atividades laborais – marisqueiras, no comércio de baleias, ganhadeira – sua identidade étnico-social – Negra e pobre – fazem dela uma Heroína que agrega em si as características de um grupo que teve uma participação significativa no processo de libertação da Bahia, mas que permanece, sob vários aspectos, ignorado.