quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Poeira No Vento - Kansas



Mais humildade, tá? Seu diploma, sua conta bancária, suas convicções políticas e religiosas não são NADA diante da vastidão do Universo e da inexorabilidade do Tempo. Tudo passa. Tudo passará.

Poeira No Vento (Dust In The Wind)

Eu fecho meus olhos
Apenas por um momento
E o momento se foi

Todos os meus sonhos
Passam diante dos meus olhos em curiosidade

Poeira no vento.
Tudo que somos é poeira no vento

A mesma velha música
Apenas uma gota de água em um mar infinito
Tudo o que fazemos
Desaba sobre a Terra, embora nos recusemos a ver.

Poeira no vento.
Tudo que somos é poeira no vento

Agora não espere
Nada dura para sempre, apenas a Terra e o céu
Isto escapa
E todo o seu dinheiro não comprará outro minuto.

Poeira no vento
Tudo que somos é poeira no vento

Poeira no vento.
Tudo é poeira no vento.

Música original:


"Pálido Ponto Azul", de Carl Sagan, resume com maestria a ideia deste post:


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Ufanisi, 5 anos!


Hoje, o Ufanisi completa 5 anos. Gostaria de agradecer todo o apoio que tive, de pessoas dos mais variados lugares, que, mesmo sem me conhecer, me incentivaram com sugestões, elogios, ideias e imagens durante todo este tempo. Agradecer aos amigos e amigas que fiz através deste veículo, a todo mundo que o vento me trouxe.
Como eu costumo dizer, desejo que os bons exemplos superem os maus, e que nossas diferenças nos unam, ao invés de nos separarem.

Eu sou porque nós somos.

Prosperidade!


Sonho de Mãe Negra (Marcelino dos Santos)*

Mãe negra
Embala o seu filho
E esquece
Que o milho já a terra secou
Que o amendoim, ontem, acabou.

Ela sonha mundos maravilhosos
Onde o seu filho irá à escola
À escola onde estudam os homens.

Mãe negra
Embala o seu filho
E esquece
Os seus irmãos construindo vilas e cidades
Cimentando-as com o seu sangue

Ela sonha mundos maravilhosos
Onde o seu filho correria na estrada
Na estrada onde passam os homens.

Mãe negra
Embala o seu filho
E escutando a voz que vem do longe
Trazida pelos ventos

Ela sonha mundos maravilhosos
Mundos maravilhosos
Onde o seu filho poderá viver.

*Marcelino dos Santos é um poeta e político de Moçambique.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Conheça a sua história



É muito importante conhecer os que vieram antes de nós. Ainda que tenham vivido em países ou momentos históricos diferentes, sua trajetória transcende essas barreiras artificiais criadas pelas autoridades, e fazem com que sua luta seja universal. 

Angela Davis
Malcolm X
Zora Neale Hurston
Muhammad Ali
Nina Simone
Bob Marley
Little Richard
Bobby Seale
Nelson Mandela
James Brown
Shirley Chisholm
Gil Scott Heron

É lógico que não podemos esquecer de Zumbi e Dandara dos Palmares, de João Cândido, dos líderes da Conjuração Baiana (Cipriano Barata, Luís Gonzaga das Virgens, Manuel Faustino e João de Deus do Nascimento), Maria Felipa e tantas outras pessoas que pavimentaram o caminho, para que chegássemos vivos, firmes e fortes até aqui.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Ícones Negros: Grande Otelo

Grande Otelo, o eterno Macunaíma, completaria 100 anos em outubro de 2015.


Nascido em 18 de outubro de 1915, Sebastião Bernardes de Sousa Prata era o nome verdadeiro de Grande Otelo, um grande ator com uma vida marcada pela superação de tragédias. Seu pai morreu esfaqueado e sua mãe era uma cozinheira que tinha problemas com o alcoolismo. Sebastião fugiu com uma Companhia de teatro mambembe que passava por Uberlândia e foi adotado pela diretora do grupo, Abigail Parecis, que o levou para São Paulo.

Mas ele fugiu de novo e, após várias entradas e saídas do Juizado de Menores, foi adotado pela família de Antonio de Queiroz, um político influente. A mulher de Queiroz, Dona Eugênia, tinha ido ao Juizado para conseguir uma ajudante na cozinha. Mas foi convencida a levar para casa o menino que sabia declamar, dançar e fazer graça.

Sebastião estudou no Colégio Sagrado Coração de Jesus, onde cursou até a terceira série ginasial. Nos anos 20, integrou a Companhia Negra de Revistas, cujo maestro era Pixinguinha. Em 1932, entrou para a Companhia Jardel Jércolis, pai de Jardel Filho e um dos pioneiros do teatro de revista. Ganhou o apelido de pequeno Otelo, mas ele preferiu "The Great Otelo". Depois traduziu para o português, virando o Grande Otelo.

O ator passou pelos palcos dos cassinos, dos grandes shows e do teatro. Trabalhou no cinema em "Futebol e Família" (1939) e "Laranja da China" (1940), e em 1943 fez seu primeiro filme pela Atlântida: "Moleque Tião". Junto com Oscarito, participou de mais de dez chanchadas como "Carnaval no Fogo", "Aviso aos Navegantes" e "Matar ou Correr". Em 1942, participou de "It's all true", filme realizado por Orson Welles no Brasil.

Outra tragédia viria a abalar a vida de Otelo nessa época: sua mulher matou o filho do casal, de seis anos de idade antes de se suicidar.

Em 1969, fez "Macunaíma", sendo inesquecível a cena de seu nascimento. Como ator dramático, marcou presença em vários filmes, dentre os quais "Lúcio Flávio - Passageiro da Agonia" e 'Rio, Zona Norte". Em "Fitzcarraldo" (1982), do alemão Werner Herzog, filmado na selva do Peru, Otelo precisava fazer uma cena em inglês, mas resolveu falar espanhol. Quando o filme estreou na Alemanha, aquela foi a única cena aplaudida pelo público.

Fez inúmeras parcerias no cinema, com destaque para a mais conhecida delas, com Oscarito.


Em 26 de novembro de 1993, Grande Otelo morreu de enfarte ao desembarcar na França, onde receberia uma homenagem no Festival de Nantes

Fontes: Uol Educação/Wikipédia

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Oiá liberta Xangô da prisão usando o raio

04 de dezembro, dia de Iansã!

Faziam festas pra Xangô em Tákua Tulempe.
As mulheres eram loucas por ele, e os homens o invejavam.
Eram festas de hipocrisia.
Em um desses festejos, prenderam Xangô e o trancaram num calabouço.
Xangô tinha uma gamela onde via tudo que acontecia,
mas havia deixado sua gamela na casa de Oiá.
Passaram-se alguns dias e Xangô não voltava pra casa.
Foi quando Oiá olhou para a gamela de Xangô e viu que ele estava preso.
Da prisão, Xangô sentiu que alguém mexia na gamela e pensou:
"Ninguém além de Oiá sabe usá-la".
Xangô, então, lançou muitos trovões,
para que Oiá ouvisse e o encontrasse.
Oiá recebeu a mensagem, acendeu sua fogueira
e começou  a cantar seus encantamentos.
Oiá pronunciou algumas palavras
E cruzou seus braços em direção ao céu.
Nesse momento, o número sete se formou no céu.
Um raio partiu as grades da prisão e Xangô foi libertado.
Ao sair, Xangô viu Oiá, que vinha pelo céu num redemoinho
e levou Xangô para longe da terra Tákua.
Oiá libertou Xangô com o raio.
Oiá libertou Xangô com o vento.
Oiá libertou Xangô.

PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 306.





terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Há 60 anos, Rosa Parks se recusava a ceder o lugar para um branco em ônibus dos EUA

Há 60 anos, a costureira Rosa Parks se tornou referência na luta antirracismo nos Estados Unidos.
Na década de 50, em Montgomery, no Alabama, as leis de segregação racial ainda regiam a vida das pessoas.
E era comum que uma mulher negra ficasse escondida e em segundo plano quando próxima de uma mulher ou homem branco em algum ambiente público ou até mesmo na rua. Mas em 1 de dezembro de 1955, Parks fez história.
ros parks1
Naquela época, as primeiras filas dos ônibus eram, por lei, reservadas para passageiros brancos. Atrás ficavam os assentos permitidos para negros.
Rosa Parks utilizava um desses ônibus para ir e voltar do trabalho. Neste dia, ela sentou-se em um dos lugares reservados aos brancos.
Quando o motorista exigiu que ela e outros três negros se levantassem para dar lugar a brancos que haviam entrado no ônibus, Parks se negou a cumprir a ordem.Ela continuou sentada e, por isso, foi detida e levada para a prisão.
rosa parks
A atitude de Parks motivou um boicote aos ônibus da cidade e milhares de negros se recusaram a tomar ônibus a caminho do trabalho o que provocou protestos em diversos locais do país. O The Guardian lembrou o momento em imagens.
Dez anos depois, o movimento negro ganhou ainda mais força ao lado de Martin Luther King -- em 1965 aconteceu a marcha de Montgomery até a cidade de Selma, que virou até filme -- ganhador do Oscar de melhor música em 2015 --.
A partir destas e outras ações, foram estabelecidas as Leis dos Direitos Civis, que trouxeram melhorias para a vida dos negros. Mas, ainda hoje, a disparidade social nos EUA é grande.

Fonte: http://www.brasilpost.com.br/2015/12/01/rosa-parks-60-anos_n_8691190.html