domingo, 26 de janeiro de 2020

Kobe Bryant, lenda dos Lakers e da NBA, morre aos 41 anos em acidente de helicóptero


Ícone. Lenda. Campeão.
Kobe Bryant, um dos maiores nomes da história da NBA e do Los Angeles Lakers, morreu na tarde deste domingo, 26 de janeiro, aos 41 anos de idade. A informação inicial foi do portal TMZ, depois confirmada pelo repórter Adrian Wojnarowski, da ESPN.
Kobe estava em um helicóptero que caiu na cidade de Calabasas, Califórnia. Mais tarde, o jornalista também confirmou que sua filha mais velha, Gianna, de 13 anos de idade, também estava no helicóptero.
A informação inicial era de que cinco pessoas foram vítimas da queda e do incêndio que tomou conta da aeronave, entre elas, o pentacampeão da NBA, sua filha. Eles viajavam para uma partida de basquete de Gianna, ao lado de mais um pai e outra jogadora da equipe.
Ainda neste domingo, o Los Angeles County Sheriff's Department, o departamento de polícia de LA, em entrevista coletiva, informou a presença de nove pessoas no helicóptero, sem nenhum sobrevivente. As autoridades não confirmaram a identidade das vítimas, e a causa do acidente ainda está sob investigação.
Kobe deixa sua esposa Vanessa e outras três filhas, Natalia, Bianca e Capri, ainda com sete meses de idade.
Gianna Bryant, filha de Kobe, também faleceu no acidente.

Uma lenda do esporte

Kobe Bean Bryant nasceu em 23 de agosto de 1978, na Filadélfia. Ele jogou os 20 anos de sua carreira com o Los Angeles Lakers, foi All-Star da NBA 18 vezes e venceu o MVP da liga em 2008.
O eterno dono das camisa 8 e 24 dos Lakers venceu o título cinco vezes: 2000, 2001, 2002, 2009 e 2010.
Filho de Joe Bryant, que também chegou à NBA, ele fez sucesso quando estava no ensino médio. Por isso, foi um dos atletas que fizeram o salto diretamente para o basquete profissional. Selecionado pelo Charlotte Hornets no Draft de 1996, foi trocado para os Lakers.

Sucesso olímpico

Kobe não brilhou apenas com os Lakers.
Ele começou sua carreira com a seleção dos Estados Unidos em 2007, e ajudou a comandar o famoso 'Redeem Team' com LeBron James, Dwyane Wade e outros astros ao ouro olímpico de 2008.
Quatro anos depois, Kobe venceu a medalha de ouro mais uma vez em Londres, antes de se aposentar da seleção norte-americana.

A última temporada

Kobe teve uma das turnês de despedida mais reconhecidas da história da NBA.
Apesar de pedir para que times não fizessem homenagens, a temporada de 2015-16 foi tomada por encontros com amigos, fãs e colegas em quadra.
Ele disse adeus ao basquete profissional em abril de 2013, marcando 60 pontos e enlouquecendo a torcida dos Lakers uma última vez contra o Utah Jazz.

O legado de Kobe

Kobe foi o grande jogador de sua geração, e um dos principais da história da NBA. Muitos o consideram o principal Laker de todos os tempos.
Os números 8 e 24 estão eternizados no Staples Center, aposentados pela franquia em 18 de dezembro de 2017.
Kobe se aposentou com médias de 25 pontos, 5.2 rebotes, 4.7 assistências e 1.4 roubos de bola. Ele foi o primeiro jogador da história a somar 30 mil pontos e 6 mil assistências na carreira, e um de quatro jogadores com pelo menos 25 mil pontos, 6 mil rebotes e 6 mil assistências.
Foram 33.643 pontos marcados na carreira, a quarta maior marca da história - e que foi superada por LeBron James na noite de sábado.
Ele liderou a NBA em pontos entre as temporadas 2005-06 e 2006-07. Sua atuação de 81 pontos contra o Toronto Raptors, em 2006, só está atrás dos 100 feitos por Wilt Chamberlain. Kobe fez mais de 50 pontos 24 vezes em sua carreira, perdendo apenas para Chamberlain e MIchael Jordan. Seus 18 All-Star Games o deixam atrás apenas de Kareem Abdul-Jabbar, sempre como titular.
Kobe deixa outras três filhas e sua esposa Vanessa, com quem era casado desde 2001.
Fonte: ESPN

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

O injustiçado Balotelli

Vamos lá...
Não queria começar o ano falando sobre esse assunto, mas o racismo não tira férias.
Mario Balotelli, que, atualmente, defende o Brescia, na Itália, foi alvo de mais uma manifestação racista durante a partida contra a Lazio (sempre a Lazio...). A partida foi interrompida por alguns minutos, conforme a nova determinação, mas, pra variar, não deu em nada.
Esses casos se proliferam na Europa e apenas os personagens mudam. Só aqui no Ufanisi já publiquei diversos casos, embora eu deteste fazê-lo. O roteiro e o desfecho são sempre os mesmos. A UEFA e a FIFA não tomam medidas efetivas, insistem com as mesmas campanhas "educativas" que não afetam ninguém.

Sobre Balotelli, proponho uma reflexão: se é extremamente difícil ser Negro no Brasil, se já é uma luta constante ser Negro em Salvador, uma das cidades mais Negras do planeta, imagina o que é ser um italiano Negro. Imagina subir pra aquecer antes de uma partida pela sua seleção e alguém, supostamente de sua própria torcida, gritar que "não há italianos Negros", como se tornou comum. Nenhum órgão da justiça ou das entidades que regem o futebol está realmente preocupado em combater o racismo e, tal qual acontece por aqui, transfere a culpa para a vítima. A imprensa tem grande participação nisso também, porque aborda de forma tímida e superficial o tema e também responsabiliza Balotelli por não ter equilíbrio emocional para lidar com as críticas e "provocações" dos adversários.

Balotelli é visto como "problemático", como "marrento", "bad boy", entre outras coisas, justamente por não se submeter, por não ficar em silêncio sobre o racismo, desde que começou a despontar para o futebol. Esse é o argumento que muitos usam pra tentar justificar a perseguição que o acompanha por onde quer que ele vá. Muita gente prefere ver o Negro em posição de submissão. Prefere se solidarizar com aquele que chora e demonstra fraqueza, não com o homem que tira a camisa e exibe os músculos, expressão séria no rosto e nenhuma comemoração após o gol.

Incomoda saber que Mario Balotelli é rico, bem-sucedido, já jogou Copa do Mundo, mantém projetos sociais e vive da maneira que quer, ostenta simplesmente pra mostrar que pode, e que seu lugar é onde ele quiser. Quem é Negro de verdade sabe que a "Sombra do Véu" está sempre presente, não importa o quão rico ou famoso você seja. O problema sempre foi racial. Só que Balotelli parte para o confronto e expõe a hipocrisia daqueles que tem o poder para mudar a situação de fato, mas nunca fazem nada. 

Sempre que falo sobre racismo no futebol, defendo punições exemplares aos CLUBES, além dos infratores. Os clubes não se empenham tanto quanto deveriam, já que não há nenhuma punição severa, e os racistas não estariam lá se os clubes não existissem, logo, sua responsabilidade é direta. Em casos explícitos como o que ocorreu na partida entre Lazio x Brescia, o time deveria ser punido com portões fechados, perda de pontos, exclusão ou rebaixamento da competição, da mesma forma que aconteceria em casos de violência física generalizada. Falta aos gestores (todos eles brancos) a convicção de que o racismo é um ato de violência tão grave quanto uma lesão corporal. Não adianta lamentar e levantar cartazes contra o racismo sempre que uma situação surgir, mas permitir que os criminosos mantenham sua rotina.