sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ministra participa de pré-lançamento da novela angolana WINDECK nesta segunda (03/11), na Bahia

"Windeck" é um passo importante para o protagonismo Negro na teledramaturgia.

Evento no Forte da Capoeira, em Salvador, fará parte da programação de abertura do Novembro Negro. Produzido em Angola, folhetim entra na grade da TVE Bahia a partir de 10/11

Ministra participa de pré-lançamento da novela angolana WINDECK nesta segunda (03/11), na Bahia
Convite
A ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial) participa nesta segunda, 03/11, do pré-lançamento de Windeck, primeira novela africana a ser exibida no Brasil. A estreia da teledramaturgia na TV Brasil e afiliadas será no dia 10 de novembro, às 23h, mas o evento de apresentação da obra angolana aos baianos será na abertura do Novembro Negro, a partir das 19h, no Forte da Capoeira, Largo de Santo Antonio Além do Carmo, em Salvador.
A telenovela chega à TV pública brasileira com o apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR), numa conjugação de esforços com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), gestora da TV Brasil, para ações de comunicação pública, produção e difusão de conteúdo audiovisual com o objetivo de dar visibilidade a representações positivas da pessoa negra.
A parceria entre a Seppir/PR e a EBC foi firmada no âmbito da Década Internacional dos Afrodescendentes, declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para ser celebrada entre janeiro de 2015 e dezembro de 2024.
A ministra da Seppir/PR, Luiza Bairros, destaca que “a veiculação de uma novela angolana no Brasil é um marco importante para o fortalecimento da identidade dos afro-brasileiros e para o estreitamento das relações culturais entre os dois países. Estamos certas de que o contato com representações do cotidiano angolano, através da teledramaturgia, possibilitará a reafirmação de vínculos históricos e a aproximação cultural entre Brasil e Angola”.
A novela - Produzida em 2012 pela Semba Comunicação, a teledramaturgia foi escrita por Miguel Crespo, Coréon Dú, Isilda Hurst, Joana Jorge e Andreia Vicente, e teve direção de Sérgio Graciano. A obra já foi exibida pela TPA (Angola) e pela RTP1 (Portugal) recebendo boas críticas e aceitação do público. Em 2013, esteve entre as quatro telenovelas indicadas ao Emmy Internacional (duas brasileiras e uma canadense), vencido por Lado a Lado, da TV Globo
Fonte: Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Marvel anuncia filme solo e ator que interpretará o Pantera Negra nos cinemas


O ator Chadwick Boseman vai interpretar o herói Pantera Negra nos cinemas no filme produzido pela Marvel Studios. O anúncio foi feito durante um evento para promover os próximos lançamentos da chamada Fase 3 do Universo Cinematográfico da Marvel, onde também foram anunciadas as datas de estreia de Capitão América 3: Guerra CivilDoutor EstranhoGuardiões da Galáxia 2Thor: RagnarokOs Vingadores: Guerra Infinita - Parte 1Captain MarvelInumanos e Os Vingadores: Guerra Infinita - Parte 2.


O filme solo do Pantera Negra estreia dia 3 de novembro de 2017. Entretanto, a primeira aparição do personagem em um longa-metragem da Marvel será em Capitão América 3: Guerra Civil, que terá o embate entre o Capitão América e o Homem de Ferro e será lançado dia 5 de maio de 2016. 
Com Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, Robert Downey Jr.Chris Evans e Boseman presentes no evento, o ator que interpreta Tony Stark fez uma brincadeira e pediu para o novato escolher um lado na Guerra Civil. Em resposta, Boseman disse que "o Pantera Negra é auto-suficiente".
Os principais trabalhos de Boseman nos cinemas foram na cinebiografia James Brown, onde sua atuação como o lendário cantor de funk music tem rendido elogios e apostas para o Oscar 2015, e em 42: A História de uma Lenda, onde interpretou o jogador de baseball Jackie Robinson.



Criado por Stan Lee e Jack Kirby, o personagem Pantera Negra fez sua primeira aparição na revista "Fantastic Four #52", de 1966. Ele foi o primeiro super-herói negro a alcançar notoriedade entre os fãs de quadrinhos. O Pantera Negra é o alter-ego de T'Challa, príncipe do país africano fictício de Wakanda. Quando criança, tomou uma poção sagrada que lhe conferiu poderes como força, agilidade e sentidos sobre-humanos. Entretanto, quando seu pai, o rei T'Chaka, foi assassinado por exploradores de Vibranium (metal de propriedades únicas do universo Marvel) que usurparam seu trono, o Pantera Negra iniciou uma jornada de vingança e redenção para recobrar o lugar que era seu por direito.

Fonte: Adorocinema

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A barriga deles está cheia, mas nós temos fome


"A barriga deles está cheia, mas nós temos fome
Uma multidão com fome é uma multidão com raiva
A chuva cai, mas a sujeira permanece
Uma panela cozinhando, mas a comida não é suficiente."
(Bob Marley)


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

As Origens do Jazz

Como a trilha sonora do século 20 dominou o mundo

Fabio Marton | 19/09/2014 12h55
Hoje pode ser coisa de aficionados e intelectuais, mas, até perder seu trono para o pop e o rock’n’roll nos anos 60, o jazz foi a música mais popular do mundo. De Los Angeles até Moscou, o jazz passou por cima de todas as tradições locais, roubando o espaço até da venerável música clássica. E, mesmo onde o nacionalismo impediu que ele afogasse as tradições, como no Brasil e no resto da América Latina, deixou uma marca indelével. Como um estilo nascido em humildes origens, de negros pobres numa das regiões mais pobres dos Estados Unidos, se tornou a música do mundo?
Pai pobre, pai rico
O jazz surgiu em Nova Orleans, sul dos EUA, no início do século 20. A cidade “tinha um balanço especial entre as culturas branca e negra e entre as músicas clássica e popular, que parecem ter sido características ideais para o surgimento do Jazz”, afirma o historiador Mervyn Cooke, da Universidade de Cambridge, autor de The Chronicle of Jazz (sem tradução), em entrevista a AVENTURAS NA HISTÓRIA.
Mas não era só esse balanço que estava em questão. Ele também existia em Havana, Salvador e Rio de Janeiro, que deram origem a outros ritmos. Certas coisas boas nascem da adversidade. Algo que diferenciava Nova Orleans é que estava situada num país protestante e segregacionista, onde os conflitos raciais eram exacerbados. Logo após a Guerra Civil e a subsequente abolição da escravidão, foram criados os Black Codes, leis que restringiam os direitos dos negros. Essas leis proibiram os tambores africanos – que sobreviveriam no Brasil e em Cuba. Em vez disso, o mesmo ritmo africano teve de se adaptar a instrumentos europeus. Nas igrejas segregadas dos negros surgiram os spirituals, canções africanas sem a percussão, que deram origem ao blues, sua versão secular. E, de forma impressionante, o ritmo dos tambores foi transferido para o piano. Era o ragtime, uma marcha com acompanhamento politônico, feito com outra mão ou um segundo pianista, um ritmo tipicamente africano adaptado ao instrumento. O ragtime era tocado pelos negros e mestiços mais abastados, que tinham a educação musical formal. Os pobres ficavam com os blues.
Mas foram necessárias outras condições peculiares. Nova Orleans tem festivais de rua, herança de sua colonização francesa e católica (a região foi comprada de Napoleão em 1803). Os protestantes que fundaram os EUA não celebravam o Carnaval, ali chamado Mardi Gras. Outra tradição única de Nova Orleans é o uso de música em velórios.
Nos tempos da colonização francesa e escravidão, usavam-se bandas marciais nessas ocasiões, que tocavam marchas. Quando os negros foram libertados, tomaram parte na celebração com os mesmos instrumentos, o que ficou conhecido como as brass bands. Nessas ocasiões, os adeptos do blues e do ragtime se encontravam. Alguns seguiam a partitura, e os que não sabiam se viravam. Era o nascimento do improviso, uma das características definidoras do jazz. “Havia muitos estilos de música que misturavam tradições ocidentais e africanas, mas o jazz dominou, porque era o mais flexível de todos”, afirma Ted Gioia, autor de diversos livros sobre o jazz.
Um impulso da guerra
O jazz nasceu em Nova Orleans, mas poderia ter continuado a ser uma especialidade regional, como o gumbo e o jambalaya, pratos típicos da cidade. Foi a Primeira Guerra que abriu caminho para a dominação global.
Primeiro, o jazz fincou os pés na Europa. Músicos do exército norteamericano apresentaram o som aos ouvidos europeus. Segundo, uma contingência de guerra levou ao fechamento de Storyville, o bairro da luz vermelha de Nova Orleans. Uma base militar foi aberta na cidade, e, pelos regulamentos do Exército, os prostíbulos tiveram de sair. Isso fez com que muitos músicos, desempregados, tivessem de se mudar, se estabelecendo em Chicago, que se tornaria a nova capital do jazz. Mas, talvez, o mais importante é a mudança de atitude surgida no pós-guerra. O trauma do confronto quebrou uma secular cultura de estabilidade. As pessoas não queriam mais viver como seus pais, sob inabaláveis valores morais que não se alteravam entre as gerações. Nos EUA e na Europa, os anos 20 foram uma época de hedonismo, e sua trilha sonora foi o jazz.
“O jazz é ideal para dançar, e foi associado com danças novas e na moda, e daí encampado por consumidores joviais”, afirma Mervyn Cooke. A dança do jazz era nova. E isso tem a ver com sua origem. “Na música europeia, as partes de um compasso são divididas de forma proporcional. A música africana é naturalmente assimétrica”, diz Hermilson Nascimento, professor do Departamento de Música do Instituto de Artes da Unicamp. Isso quer dizer que, com a música europeia, pode-se dançar valsa, um passo para lá, outro para cá. Com uma música africana e seu ritmo sincopado, com divisões assimétricas, a dança é mais livre – e nunca antes havia sido experimentada.
Reações tradicionalistas
Na década de 30, o jazz passou a ser associado a tudo o que era novo. “O avant-garde cultural o saudava como a música da era da máquina, a música do futuro, a força revitalizadora da selva primitiva, e assim por diante”, escreveu o historiador britânico Eric Hobsbawm em A História Social do Jazz. Fundado em 1931, o Hot Club de France revelou Django Reinhardt, o primeiro grande nome do jazz europeu. Por toda a Europa, artistas norte-americanos passaram a fazer turnês, atraindo multidões.
Na Alemanha nazista, o jazz foi proibido em 1933 – não só Hitler se opunha ao modernismo em geral e considerava os negros inferiores, mas muitos artistas brancos do jazz eram judeus. Na União Soviética, Stalin tinha ideias similares a respeito da arte moderna, tida por burguesa e incompreensível para o povo. O “realismo soviético” foi aplicado à música, e o jazz foi perseguido nos anos 30 e 40. Na época, o Brasil vivia a ditadura nacionalista de Vargas, tentando construir uma identidade não europeia. O jazz também estava estabelecido por aqui, dando origem a um ritmo híbrido, a música de gafieira. Mas o samba foi “purificado” das influências externas meio que por decreto – o primeiro desfile das escolas de samba, em 1932, proibia instrumentos de sopro. Críticos e a propaganda governamental só valorizavam o “autêntico”.
O jazz não roubaria o lugar da música nativa, como na Europa, mas brasileiros continuariam a ouvir e aderir, mesmo sob patrulha nacionalista. Nos anos 50, não faltou quem criticasse a bossa nova por suas supostas similaridades com o cool jazz – talvez por isso ela tenha se tornado o maior sucesso de exportação da cultura do Brasil.
A vitória dos EUA na Segunda Guerra colocou o país em sua atual posição de domínio sobre a cultura do Ocidente. O jazz foi vendido como a música da liberdade, e Louis Armstrong fez concertos patrocinados pela CIA. Nem precisava. O jazz já havia vencido sozinho.

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SAIBA MAIS
Livros
História Social do Jazz, Eric Hobsbawm, Paz e Terra, 2010
The Chronicle of Jazz, Mervyn Cooke, Abbeville Press, 1998

Fonte: Aventuras na História

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Novo uniforme do Vasco ressalta, mais uma vez, sua luta contra o racismo

Texto na parte de dentro da nova camisa vascaína mostra o início da trajetória antirracista do Clube, há 90 anos. Foto: SuperVasco.com/Umbro Brasil

A histórica luta do Vasco contra o racismo é um dos destaques do novo uniforme do clube confeccionado pela Umbro e lançado nesta quinta-feira. A camisa traz um texto em homenagem aos 90 anos do título carioca invicto, que culminou com a saída dos times considerados grandes à época (Flamengo, Fluminense, Botafogo e América) da Liga Metropolitana de Desportos (LMDT, organizadora do campeonato), e a posterior criação da AMEA (Associação Metropolitana de Esportes Athleticos), com a exclusão do Cruzmaltino. 

O texto ressalta a condição imposta ao Vasco da Gama para ser aceito na Associação: a demissão de 12 atletas do elenco, "coincidentemente", todos Negros ou operários. O presidente vascaíno José Augusto Prestes enviou, então, uma carta em resposta à referida Associação, que ficou conhecida como "Resposta Histórica". Este documento "manifestava sua total indignação à discriminação racial e mostrava que seria um ato pouco digno condenar a carreira dos jovens jogadores que trouxeram tantas alegrias e vitórias ao Clube e que, deste modo, seria mais honroso não se associar à AMEA".

Outra foto mostra a Cruz de Malta mesclada a uma imagem em que uma pessoa possui metade do rosto Negra e a outra metade, branca.  Em tempos de casos recorrentes de racismo no futebol e discursos de ódio vindos até mesmo de candidatos à Presidência da República, é sempre bom ver ações de marketing nesta área, reforçando que somos diferentes, mas precisamos ser respeitados e ter os mesmos direitos.

Negros e brancos lado a lado. Foto: SuperVasco.com/ Umbro Brasil

Já imaginou?


"São capazes de imaginar o que pode acontecer, o que certamente aconteceria, se todos os povos de descendência africana compreendessem algum dia que possuem vínculos de sangue, se compreendessem que todos possuem um objetivo comum e que não terão a menor dificuldade em alcançá-lo se se unirem?" - MALCOLM X
Trecho da autobiografia de Malcolm X, p.342

Fonte: Página Malcolm X Brasil no Facebook.