terça-feira, 15 de junho de 2021

Para Educar Crianças Feministas



"Tente não usar demais palavras como 'misoginia' e 'patriarcado' com Chizalum. Nós, feministas, às vezes usamos muitos jargões, e o jargão, às vezes, pode ser abstrato demais. Não se limite a rotular alguma coisa de misógina - explique a ela por que aquilo é misógino e como poderia deixar de ser." (P.36)

Para Educar Crianças Feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie, é um livreto escrito em formato de uma carta endereçada a uma amiga que acabou de ser mãe de uma menina.

Fala sobre como oferecer uma formação igualitária a todas as crianças, começando pela justa distribuição de tarefas entre pais e mães, sem atribuir um gênero específico a nenhuma atividade (tipo "coisa de menino" ou "coisa de menina").

Apesar de ter sido escrito de uma mulher para outra, esse livro pode (e deve) ser lido por todo mundo. É preciso romper esse ciclo histórico de machismo, racismo e todas as outras formas de preconceito que sustentam nossa sociedade há séculos.

domingo, 13 de junho de 2021

Cartas da Prisão de Nelson Mandela

 

 



"As palavras de Mandela são como uma bússola em mar revolto, terra firme em meio à forte correnteza" (Barack Obama).

Este livro reúne mais de 200 cartas enviadas por Mandela enquanto esteve preso, de 1963 até 1990. Muitas são endereçadas à família, mas outras também foram mandadas para aliados políticos e advogados.

Durante todo esse período, ele teve suas correspondências  censuradas, foi proibido de ir ao enterro da mãe e do filho, teve consultas médicas, acesso a ampla defesa, a livros e visitas negados e seus direitos humanos mais básicos violados. Suas correspondências, muitas delas enviadas às autoridades da África do Sul, demonstram isso.

Esta compilação levou quase 10 anos pra ficar completa, porque as cartas estavam em diversos endereços e arquivos do país. A realização deste livro foi possível porque, além de tudo, Mandela copiava todas as cartas que podia em um caderno, antes de enviá-las. Muitas das cartas permanecem intactas no Serviço Nacional de Arquivos e Registros da África do Sul, como evidência de que elas sequer chegaram a ser enviadas.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Sugestão de Leitura: Frederick Douglass - Autobiografia de um Escravo

 


"Não há um único homem sob a abóbada celeste que não saiba que a escravidão é errada para si mesmo."

Frederick Douglass foi um dos principais representantes da luta abolicionista dos EUA no século XIX. Este livro, junto com as demais autobiografias de ex-escravizados, que acabaram se tornando o primeiro gênero literário protagonizado por pessoas Negras na América, se tornou um documento fundamental na consolidação dos movimentos Negros dos anos 1960.

Os impactos físicos e sociais da escravidão contados pela perspectiva de quem os sentiu. Esta edição ainda conta com textos complementares, incluindo uma cronologia da escravidão e do racismo, desde 1619, início do tráfico de escravizados Negros para os EUA, até 2016, com a eleição de Donald Trump, um dos racistas mais famosos do mundo.
A apresentação ficou por conta de Silvio Almeida.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Zé Roberto revela ter vendido carro por causa das constantes abordagens policiais

 



Aposentado dos gramados, Zé Roberto tem se dedicado ao mundo fitness e as palestras após sua carreira no futebol. No último domingo (30), o ex-jogador participou do podcast PodPah e de forma bem cronológica relembrou episódios da sua trajetória dentro e fora das quatro linhas.

Entre as histórias, o ex-Palmeiras contou quando comprou um Eclipse GS, na cor verde, inspirado em Dener, que adquiriu o veículo antes de Zé Roberto. Na ocasião, o então jogador da Portuguesa começava a despontar para o cenário do futebol nacional. Dener morreu em acidente no seu eclipse em 1994 quando já era jogador do Vasco.

Entretanto, como Zé Roberto relatou, a compra do carro acabou se tornando uma verdadeira dor de cabeça. O problema, segundo ele, era que ao sair da Penha para visitar a namorada, hoje atual esposa, que morava em São Miguel Paulista, ambos bairros da Zona Leste da capital paulista, ele era “parado três vezes”.

“Sem sacanagem! Eu era parado pela polícia três vezes. […] Se eu não era parado, os caras [policiais] me seguiam e quando eu chegava na porta da casa dela [namorada] os caras: ‘Mão para cabeça! Sai [do carro]’! De quem é o carro?’”, relata.

“Isso foi muito constrangedor para mim. Isso fez com que eu vendesse o carro em três meses. Porque eu não tinha sossego”, completa.

Sobre o episódio, Zé Roberto ainda fez uma reflexão e lamentou ter vendido o carro por conta das seguidas abordagens.

“Não poder ter um carro que você sonha porque você é preto e eles [policias] quando me paravam achavam que eu estava com o carro por ele ser roubado”, lamenta.

Por ter morado fora do Brasil, na Espanha, Alemanha e Catar, o ex-Palmeiras ressaltou que no exterior não sofreu nenhum episódio de racismo.

“Não sofri racismo nenhum! Nem preconceito por ser estrangeiro. Mas vivi isso [racismo] dentro do meu País”, frisa.

“O mais triste ainda é que se passaram 20 anos e a gente continua com as mesmas coisas. Eu costumo dizer que o racismo é um câncer que vai ser difícil achar a cura”, finaliza.

Revelado pela Portuguesa, Zé Roberto saiu do Brasil direto para o Real Madrid. Mas foi na Alemanha que o seu perfil versátil dentro de campo fez sucesso com passagens por Bayer Leverkusen, Bayern de Munique e Hamburgo. Já no Brasil, o ex-jogador vestiu as camisas de Santos, Grêmio e Palmeiras, disputando ainda duas Copas do Mundo pela Seleção Brasileira (1998 e 2006).

Fontes: Isto É/ Observatório da Discriminação Racial no Futebol