domingo, 30 de agosto de 2020

Lewis e LeBron: As maiores vozes dos esportes na luta contra o racismo e o genocídio

 

Lewis Hamilton
ao vencer o GP da Bélgica hoje, prestando homenagens a
Chadwick Boseman.


O britânico Lewis Hamilton e o estadunidense LeBron James transcendem os limites físicos da área em que atuam e desafiam aqueles que repetem o erro absurdo de que "não se pode misturar esportes e política".
Hamilton carrega há quase 10 anos o fardo de ser "o primeiro (e único) piloto Negro de Fórmula 1". Bate todos os recordes possíveis a cada fim de semana, mas ainda é comum ver "especialistas" de internet questionando sua qualidade e colocando pilotos que não possuem nem a metade dos seus números à sua frente na lista dos "melhores de todos os tempos".
Sofre duras críticas dentro e fora dos paddocks pelo posicionamento firme contra o racismo e a falta de representatividade na Fórmula 1.
Seu constante engajamento possibilitou que sua equipe, a Mercedes, tivesse a primeira mulher Negra e africana a subir no pódio da Fórmula 1 em 70 anos de história, a engenheira do Zimbábue Stephanie Travers, no GP da Estíria. Também abriu o canal de diálogo para que outras ações mais concretas possam ser tomadas, para que este esporte tão elitista possa ser mais inclusivo.

LeBron James
 no triunfo do Lakers sobre o Blazers, também fez o "Wakanda Forever"


LeBron James é um dos maiores atletas da história da NBA e a principal voz na luta contra o racismo, o genocídio da população Negra nos EUA e, mais recentemente, pelo voto, que não é obrigatório por lá. Se manifesta nas partidas, nas redes sociais e nas entrevistas, além de já ter construído escolas em Cleveland, sua cidade natal, e manter diversos projetos sociais. Sua postura combativa incomoda o White Devil e a ala mais "conservadora" dos Republicanos, mas serve de exemplo aos atletas mais jovens e de pressão nas famosas ligas de esportes do país, que reconheceram sua apatia histórica e apoiaram os boicotes dessa semana.
Muitos chegaram a dizer que James fazia essas coisas para se promover, logo ele, um dos atletas mais bem pagos do mundo. Só mais uma tentativa de transformar a questão racial em uma coisa menor do que ela realmente é.
Menção honrosa a
Colin Kaepernick
, que começou um protesto solitário na NFL e pagou com a carreira. Sigo esperando que ele seja inserido novamente em alguma equipe e que a liga de futebol americano peça desculpas pela perseguição a que Kaepernick sofreu.

sábado, 29 de agosto de 2020

Aos 43 anos, morre o ator Chadwick Boseman, o Pantera Negra

 



É com tristeza incomensurável que confirmamos o falecimento de Chadwick Boseman.⁣
Chadwick foi diagnosticado com câncer de cólon em estágio III em 2016 e lutou contra ele nos últimos 4 anos, enquanto progredia para o estágio IV. ⁣
Um verdadeiro lutador, Chadwick perseverou em tudo e trouxe a você muitos dos filmes que você tanto ama. De Marshall a Da 5 Bloods, de August Wilson, Ma Rainey’s Black Bottom e vários outros, todos foram filmados durante e entre inúmeras cirurgias e quimioterapia. ⁣
⁣ Foi a honra de sua carreira dar vida ao Rei T’Challa no Pantera Negra. ⁣ ⁣ Ele morreu em sua casa, com sua esposa e família ao seu lado. ⁣ ⁣
A família agradece por seu amor e orações e pede que você continue respeitando a privacidade deles durante este momento difícil.

Fonte: Facebook de Chadwick Boseman

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Milwaukee Bucks lidera histórico protesto na NBA

 


Neste domingo, 23, foi divulgado um vídeo de Jacob Blake, homem negro de 29 anos, sendo alvejado por policiais brancos no estado de Wisconsin, enquanto caminhava para o seu carro onde estavam seus três filhos. Desde então, o estado segue em uma imensa onda de protestos que já resultaram em algumas mortes e feridos.
O Bucks, time da cidade mais populosa de Wisconsin, anunciou que não entraria em quadra, como forma de protesto à violência policial. O que isso significa? Que os protestos antiracistas na NBA são pra valer. Vai além do simbolismo de ter um escrito na quadra, de ajoelhar durante o hino, colocar nomes bonitos na camisa e tweetar hashtags. É uma forma de mostrar que não se pode mais encarar com normalidade casos e mais casos como esses nos Estados Unidos e no resto do mundo.
Hoje, o Milwaukee Bucks entra pra história da liga. Não é possível jogar basquete em um mundo onde seus irmãos estão sendo mortos, apenas por existirem, por um estado genocida. Assim como o Knicks, franquia do maior mercado dos EUA, que nos anos 50 ameaçou se retirar da liga caso não pudesse utilizar jogadores negros. Hoje é um dia pra se lembrar daqui há 20, 50, 100 anos.

Texto: NBA da Depressão, no Facebook

sábado, 8 de agosto de 2020

Morre a atriz Chica Xavier, aos 88 anos

 

A atriz Francisca Xavier Queiroz de Jesus, a Chica Xavier, morreu, na manhã deste sábado (8), aos 88 anos, no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A artista morreu às 4h20 em consequência de um câncer. A morte foi confirmada pelo neto Ernesto Xavier.

Nascida na cidade de Salvador e ialorixá na Irmandade do Cercado do Boiadeiro, em Sepetiba, Rio de Janeiro, Chica se consagrou como atriz de teatro, cinema e televisão, em mais de 60 anos de carreira. A atriz era uma grande personalidade da representatividade Negra na arte do Brasil e deixa um imenso legado.

Que o Orum a receba de braços abertos!

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Filmes e séries africanas pra ver na Netflix


Uso Netflix há alguns anos, mas nunca fui muito de pesquisar, só via os títulos que me apareciam ou que alguém me indicava. Só agora resolvi procurar no Google pra saber se existia uma lista organizada de produções africanas e me surpreendi com a quantidade de coisas que eu não sabia que existiam!
Então, resolvi fazer uma lista breve, só pra estimular vocês a procurarem por mais. Um filme te levará ao outro. Os gêneros dos filmes foram feitos pela própria Netflix, tanto que, às vezes, um mesmo filme aparece em mais de uma categoria.

SÉRIES
Queen Sono
Shadow
Tjovitjo
Agent
Na Vida Real
Crazy, Lovely, Cool
Sangue e Água

LANÇAMENTOS
Aprendiz de Mecânico
O Bebê do Elevador
Solteiramente
Devendo pra Máfia
O Roubo do Bem
Skin
Os Sedutores de Abuja 2

FILMES "BESTEIROL"
Lua de Mel à Jamaicana
Blitz Patrollie
The Accidental Spy

THRILLERS
93 Dias
Sylvia
Os Cinco CEOS
A Dívida de Andy
1 de Outubro
The Delivery Boy

COMÉDIAS ROMÂNTICAS
O Casamento de Nicole
The Royal Hibiscus Hotel
A Cozinha Incrível de Anesu
Casamento às Avessas (1 e 2)
A Lei de Okafor

FILMES ROMÂNTICOS
Os Elliots
The Perfect Picture: Ten Years Later
A Ponte
Kasanova
Trocando Celulares

DRAMAS POLICIAIS
Nimbe
Gangster's Paradise: Jerusalema
King of Boys
Uma Luz na Escuridão
Gbomo Gbomo Express

DRAMAS SOBRE QUESTÕES SOCIAIS
Atlantique
O Destino de Amina
Porto Seguro
A Quarta República
In My Country
O Garoto do Espelho


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Uma breve distinção entre o racismo individual e o institucional

Kwame Ture, nascido Stokely Carmichael, militante pelos direitos civis nos EUA na década de 1960.

Charles V. Hamilton e Kwame Ture explicando a diferença entre o racismo individual e o institucional:

"Quando terroristas brancos bombardeiam uma igreja Negra e matam cinco crianças Negras, isso é um ato de racismo individual, amplamente deplorado pela maioria dos segmentos da sociedade.
Mas quando nessa mesma cidade - Birmingham, Alabama - quinhentos bebês Negros morrem a cada ano por causa de falta de comida adequada, abrigos e instalações médicas, e outros milhares são destruídos e mutilados física, emocional e intelectualmente por causa das condições de pobreza e discriminação, na comunidade Negra, isso é uma função do racismo institucional.

Quando uma famíla Negra se muda para uma casa em um bairro branco e é apedrejada, queimada ou expulsa, eles são vítimas de um ato manifesto de racismo individual que muitas pessoas condenarão - pelo menos em palavras. Mas é o racismo institucional que mantém os Negros em favelas dilapidadas, sujeitas às pressões diárias de exploradores, comerciantes, agiotas e agentes imobiliários discriminatórios.
(Black Power: Politics of Liberation in America)