sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Mãe Stella de Oxóssi partiu para o Orum


Principal ialorixá do Brasil, autora de vários livros, doutora honoris causa das duas principais universidades da Bahia (UFBA e UNEB) e membro da Academia de Letras da Bahia, Mãe Stella de Oxóssi faleceu justamente no dia consagrado ao seu orixá, a última quinta-feira de 2018.

Em momentos como esse, convém sempre lembrar da frase de Amadou Hampaté Bâ, que dizia que "cada ancião que morre é uma biblioteca inteira que se queima".

Ao mesmo tempo, também é conveniente ressaltar que, na tradição do Candomblé e de grande parte das  religiões ancestrais africanas, a morte é só uma passagem para uma nova vida. Nosso corpo físico é efêmero, mas o Axé, energia sagrada que propicia a vida, é eterno.

Grande guardiã das tradições, Mãe Stella já causou "polêmica" diversas vezes, por se mostrar veementemente contrária ao sincretismo religioso, tão forte na Bahia: "Santo é santo; Orixá é Orixá!"

Vá em paz, Mãe! Aproveite a viagem!

Kolofé!
Okê Arô!

domingo, 23 de dezembro de 2018

Everton apura possíveis cantos racistas de seus torcedores contra o zagueiro Yerry Mina



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Na última rodada da Premier League 2018-19, o Everton perdeu para o Manchester City, por 3 a 1, em um duelo marcado por possíveis canções racistas e xenofóbicas por parte dos próprios torcedores em alusão ao zagueiro do clube Yerry Mina.
Com isso, o Everton decidiu abrir investigação junto com a “Kick It Out”, uma organização voltada para erradicar atitudes de discriminação no futebol. Em entrevista à BBC, a instituição comentou sobre os possíveis ataques: “Estereótipos racistas nunca são aceitáveis, independentemente de qualquer intenção de mostrar o apoio para um jogador. Junto com o Everton vamos trabalhar em estreita colaboração para garantir que a mensagem enviada pela música não é aceitável”.
Em nota oficial, o time inglês também deixou clara a posição sobre o ocorrido ao enfatizar que não tolera atitudes similares: “Tolerância zero em relação a qualquer forma de racismo”.
Técnico do Everton, Marco Silva falou sobre a situação e saiu em defesa do defensor: “Achamos que é algo que temos que eliminar de nossas vidas. Eu não falei com ele sobre a situação, mas não muda nada em Yerry, ele é um menino feliz, ele gosta de ficar em nosso clube, ele gosta de trabalhar todos os dias”.
Os autores do vídeo se desculparam pelo ocorrido argumentando ter sido apenas uma brincadeira. Ainda assim, os responsáveis pela música podem receber serias punições.

O vídeo, postado no Twitter, pode ser visto no link abaixo:

https://twitter.com/FanCulture90/status/1073942687433269254


Fontes: Goal/ Observatório da Discriminação Racial no Futebol


sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Ufanisi, 8 anos!


Nem eu imaginava que chegaria a tanto! 
2018 não foi um ano fácil (nunca é), e 2019 "promete" ser ainda mais tenso.
Que sejamos resistência de fato!

Prosperidade!!





Vários irmãos se recolhem e vão em frente
Vários também escravizam sua mente
Eu sei bem, quebro a corrente onde passo
E planto a minha semente
Gafanhotos nunca tomam de quem tem
Predadores, senhores que mentem
Esperem sentados a rendição
Nossa vitória não será por acidente


(Planet Hemp - Stab)

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Rio de Janeiro tem 112 desaparecidos depois de abordagem policial

Ilzildete procura seu filho Fábio Eduardo desde 2003
Ilzidete proura seu filho Fábio Eduardo, desde 2003

Ilzildete Santos da Silva, de 66 anos, ainda não perdeu a esperança de reencontrar o filho. Quinze anos depois de Fábio Eduardo de Souza desaparecer, aos 20 anos, após ser colocado na caçamba de uma viatura por policiais do 24º BPM (Queimados), a diarista segue perambulando por órgãos do sistema de Justiça — Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça — atrás de respostas.
— Eu só quero saber o que aconteceu com meu filho — diz a mulher, com uma pasta de documentos do jovem e partes da investigação do caso debaixo do braço.
A angústia de Ilzildete não é solitária: desde 1990, pelo menos 112 pessoas desapareceram após serem abordadas por policiais no estado do Rio — uma média de uma vítima a cada três meses. O resultado é de um relatório inédito elaborado pela Subcomissão da Verdade na Democracia, um grupo de pesquisadores vinculado à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que tem como objetivo investigar violações de direitos humanos no estado. O documento será lançado nesta segunda-feira, às 10h, em audiência pública na Alerj.
É a primeira vez que casos do tipo são contabilizados. Nem a Polícia Civil nem o Ministério Público sistematizam esse tipo de informação. Para chegar ao número, a professora de Direito da UFRJ Ivanilda Figueiredo usou como critério o relato dos parentes dos desaparecidos. Foram levados em conta casos em que a família, ao comunicar o desaparecimento, afirmou que a vítima sumiu após abordagem policial. O caso de Fábio Eduardo faz parte do relatório.
— Com certeza, há mais vítimas do que levantamos, mas muitas famílias não denunciam por medo — diz Ivanilda Figueiredo.
Sem respostas e sem direito à indenização
Hoje, Ilzildete luta para que a investigação sobre o caso do filho seja reaberta. Em 2007, a Justiça determinou o arquivamento do inquérito, aberto pela 55ª DP (Queimados). Antes de o caso ser arquivado, entretanto, o depoimento de uma testemunha, que havia sido abordada no mesmo dia que Fábio Eduardo, já apontava para a participação de PMs no desaparecimento. Não bastou para que a apuração fosse levada adiante.
Em 2010, a Justiça negou a Ilzildete uma indenização pelo desaparecimento do filho. De acordo com a decisão da 9ª Câmara Cível, não há “provas confiáveis no sentido de que o filho da autora teria desaparecido em função de conduta irregular de PMs”.
Ao final do relatório, a subcomissão recomenda a “reabertura dos inquéritos citados e a conversão dos registros de ocorrência em inquéritos para que sejam apurados os desaparecimentos e os culpados, responsabilizados”.
Procurada, a Secretaria de Segurança não se manifestou.
Casos citados no relatório
Amarildo
O relatório também cita crimes desvendados, como o do morador da Rocinha Amarildo de Souza, em julho de 2013. Em janeiro de 2016, 12 PMs da UPP Rocinha foram condenados pela tortura seguida de morte e pela ocultação de cadáver de Amarildo. Seu corpo não foi encontrado até hoje.
Amarildo
Amarildo Foto: Reprodução
Patricia Amieiro
Os quatro PMs acusados por assassinato e ocultação de cadáver da engenheira Patricia Amieiro, desaparecida desde junho de 2008, ainda não foram julgados. A polícia concluiu que os agentes atiraram contra o carro da jovem por achar que traficantes estavam em seu interior. O corpo nunca foi encontrado.
Patricia Almieiro
Patricia Almieiro Foto: Reprodução
Juan
Em alguns dos casos citados, os corpos das vítimas acabaram sendo encontrados. Caso do menino Juan Moraes, de 11 anos, morto em junho de 2011, em Nova Iguaçu. Seu cadáver foi encontrado dez dias após o desaparecimento. Quatro PMs foram condenados pelo homicídio.
Juan

Fonte: Extra