quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vasco lança ação de marketing contra o racismo: "Eu Abro Mão"

Já contei aqui mesmo nesse blog sobre o pioneirismo do CR Vasco da Gama em aceitar negros e operários na equipe, coisa que o Fluminense (quem lembra a história do "pó-de-arroz"?), por exemplo, só permitiu que acontecesse em seu estatuto apenas em 1975!!
O Vitória da Bahia, assim como outros clubes tradicionais da época, se recusou a participar do campeonato baiano entre 1913 e 1919, simplesmente porque a regra do campeonato havia mudado e admitido que negros e pessoas de classes sociais "inferiores" pudessem jogar.
Que bom que os tempos mudaram (pelo menos aqui no Brasil) e hoje o jogador é julgado pela sua capacidade, não exclusivamente pela sua cor, apesar do racismo ainda existir de maneira muito forte em vários setores da sociedade.
Imagina o Brasil sem Pelé, sem Romário, Neymar, Dener, Barbosa, Andrade, Robinho, Ronaldinho...
O Vasco lançou oficialmente nesta terça-feira a campanha "Eu Abro Mão", que faz parte das ações para combater o racismo. Antes, o time da Colina já havia feito sua terceira camisa com este tema. Nesta terça, o presidente Roberto Dinamite e alguns dos heróis de 1923, quando o clube conquistou seu primeiro título, foram homenageados. O ídolo cruz-maltino foi o primeiro a ter sua mão estampada no muro de São Januário.

Dinamite comentou sobre a importância que o Vasco teve na inclusão dos negros no esporte no país. Depois de vencer o Carioca de 1923, o clube se recusou a dispensar seus jogadores negros e mulatos para participar do torneio do ano seguinte ao lado de Fluminense, Flamengo, Botafogo, América e Bangu.

- Aquele ato simbolizou a igualdade e democracia, coisas que nós buscamos em nosso dia a dia. Em 1923, grandes vascaínos iniciaram esta trajetória muito bonita para o clube e para o esporte brasileiro. Imaginem o futebol de hoje sem os negros... O maior de todos os tempos foi o Pelé. O Vasco quer unir sempre. Ainda existe discriminação, jogadores sendo xingados. O mundo não permite mais isto. Lá atrás o Vasco mostrou que estava certo. Foi um marco para todo o esporte.

Além do presidente e daqueles heróis, 1923 torcedores também poderão estampar as mãos nos muros da Colina histórica.

Como participar

Para concorrer, o torcedor precisa utilizar o aplicativo que está disponível na página do patrocinador do Vasco no Facebook (www.facebook.com/Penaltybr), e também pode ser instalado no perfil no Orkut. Pela webcam, a pessoa terá que capturar uma imagem da mão. Com isso, estará automaticamente no sorteio que escolherá as 1923 mãos. Quanto mais cedo os torcedores se cadastrarem, mais chances terão, já que os sorteios irão acontecer a partir do momento que a campanha estiver no ar até o dia 27 de maio. Os que os não forem escolhidos ainda terão a chance de colocar a marca da mão em um "muro" virtual.

Fontes: Globoesporte.com/ SuperVasco.com/ Site Oficial do CR Vasco da Gama

terça-feira, 24 de maio de 2011

Morre Abdias do Nascimento, militante do movimento negro




Mais uma biblioteca que se queima...


Faleceu nesta manhã de terça, 24, no Rio de Janeiro, o escritor Abdias do Nascimento. Poeta, político, artista plástico, jornalista, ator e diretor teatral, Abdias foi um corajoso ativista na denúncia do racismo e na defesa da cidadania dos descendentes da África espalhados pelo mundo. O Brasil e a Diáspora perdem hoje um dos seus maiores líderes. A família ainda não sabe informar quando será o enterro. Aos 97 anos, o paulista de Franca, passava por complicações que o levaram ao internamento no último mês. Deixa a esposa Elisa Larkin, o filho e uma legião de seguidores, inspirados na sua trajetória de coragem e dedicação aos direitos humanos.

Abaixo segue sua trajetória.


ABDIAS DO NASCIMENTO
Nascido em Franca, São Paulo, 14 de março de 1914.

Professor Emérito, Universidade do Estado de Nova York, Buffalo (Professor Titular de 1971 a 1981, fundou a cadeira de Cultura Africana no Novo Mundo no Centro de Estudos Porto-riquenhos).
Artista plástico, escritor, poeta, dramaturgo.
Formação acadêmica

Bacharel em Economia, Universidade do Rio de Janeiro, 1938.
Diploma pós-universitário, Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), 1957.
Pós-graduação em Estudos do Mar, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro/ Ministério da Marinha, 1967.
Doutor Honoris Causa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1993.
Doutor Honoris Causa, Universidade Federal da Bahia, 2000.
Cargos Eletivos e Executivos Exercidos

Deputado federal (1983-86).
Secretário de Estado, Governo do Rio de Janeiro, Secretaria Extraordinária de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras (SEAFRO) (1991-1994).
Senador da República (1991-99). Suplente do Senador Darcy Ribeiro, assumiu a cadeira no Senado, representando o Rio de Janeiro pelo PDT em dois períodos: 1991-1992 e 1997-99.
Secretário de Estado de Direitos Humanos e da Cidadania, Governo do Estado do Rio de Janeiro, 1999. Coordenador do Conselho de Direitos Humanos, 1999-2000.
Atividades e Realizações Principais

1930-1936. Alista-se no Exército, e na capital de São Paulo participa da Frente Negra Brasileira. Participa das Revoluções de 1930 e 1932, na qualidade de soldado. Combate a discriminação racial em estabelecimentos comerciais em São Paulo.
1936. Muda para o Rio de Janeiro com o objetivo de continuar seus estudos de economia, iniciados em São Paulo.
1937. Protestando contra a ditadura do Estado Novo, é preso e condenado pelo Tribunal de Segurança Nacional e cumpre pena na Penitenciária da Frei Caneca.
1938. Organiza junto com um grupo de militantes negros em Campinas, SP, o Congresso Afro-Campineiro, com o objetivo de discutir e organizar formas de resistência à discriminação racial.
1938. Diploma-se pela Faculdade de Economia da Universidade do Rio de Janeiro.
1940. Integrante da Santa Hermandad Orquídea, grupo de poetas argentinos e brasileiros, viaja com eles pela América do Sul. Em Lima, Peru, faz uma série de palestras na Universidad Mayor de San Marcos (Escola de Economia). Assiste à peça O Imperador Jones, de Eugene O’Neill, estrelada por um ator branco, Hugo D’Evieri, brochado de preto. A partir das reflexões provocadas por esse fato, planeja criar o Teatro do Negro Brasileiro ao retornar a seu país. Na Argentina, onde mora por mais de um ano, participa de movimentos teatrais com o objetivo de melhor conceitualizar a idéia do Teatro Negro.
1941. Voltando ao Brasil, é preso na Penitenciária de Carandiru, condenado à revelia por haver resistido a agressões racistas em 1936. Funda o Teatro do Sentenciado, organizando um grupo de presos que escrevem, dirigem e interpretam peças dramáticas.
1943. Saindo da prisão, procura em São Paulo apoio para a criação do Teatro do Negro. Não encontrando receptividade junto a intelectuais como o escritor Mário de Andrade, e outros, muda para o Rio de Janeiro.
1944. Funda, com o apoio de um grupo de negros e de setores da intelectualidade carioca, o Teatro Experimental do Negro (TEN). Na sede da UNE, realizaram-se os primeiros cursos de alfabetização, treinamento dramático e cultura geral para os participantes da entidade.
1945. Dirige o TEN na sua estréia no Teatro Municipal com o espetáculo O Imperador Jones, estrelado pelo genial ator negro Aguinaldo Camargo, em 08 de maio, dia da vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial. Daí em diante, até 1968, o TEN teve presença destacada no cenário cultural e teatral brasileiro.
1945. Com um grupo de militantes, funda o Comitê Democrático Afro-Brasileiro, que luta pela anistia dos presos políticos.
1945-46. Organiza a Convenção Nacional do Negro (a primeira plenária realizando-se em São Paulo e a segunda no Rio de Janeiro), que propõe à Assembléia Nacional Constituinte a inclusão de um dispositivo constitucional definindo a discriminação racial como crime de lesa-Pátria. A iniciativa, apresentada à Assembléia Nacional Constituinte pelo Senador Hamilton Nogueira, não é aprovada.
1946. Participa da fundação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Rio de Janeiro.
1948. Funda, junto com Sebastião Rodrigues Alves e outros petebistas, o movimento negro do PTB.
1949. Organiza, com a colaboração do sociólogo Guerreiro Ramos e do etnólogo Édison Carneiro a Conferência Nacional do Negro, preparatória do 1º Congresso do Negro Brasileiro.
1949-1951. Funda e dirige o jornal Quilombo, órgão de divulgação do TEN.
1950. Realiza no Rio de Janeiro o 1º Congresso do Negro Brasileiro, evento organizado pelo TEN.
1955. Realiza o Concurso de Artes Plásticas sobre o tema do Cristo Negro, evento polêmico que mereceu a condenação de setores da Igreja Católica e o apoio do bispo Dom Hélder Câmara.
1957. Forma-se na primeira turma do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB). Estréia a peça de sua autoria, Sortilégio: Mistério Negro, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de São Paulo.
1968. Funda o Museu de Arte Negra, que realiza sua exposição inaugural no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Encontra-se alvo de vários Inquéritos Policial-Militares e se vê obrigado a deixar o país. Convidado pela Fairfield Foundation, inicia uma série de palestras nos Estados Unidos.
1968-69. Durante um semestre, atua como Conferencista Visitante da Yale University, School of Dramatic Arts. Inicia sua atuação como artista plástico, pintando telas que transmitem os valores da cultura religiosa afro-brasileira e da luta pelos direitos humanos dos povos africanos em todo o mundo. (Ver lista de exposições abaixo).
1969-70. Convidado pelo Centro para as Humanidades da Wesleyan University (Middletown, Connecticut), participa durante um ano, com intelectuais como Norman Mailer, Norman O. Brown, John Cage, Buckminster Fuller, Leslie Fiedler, e outros, do seminário A Humanidade em Revolta.
1970. É convidado para fundar a cadeira de Culturas Africanas no Novo Mundo, no Centro de Estudos Portorriquenhos da Universidade do Estado de Nova York em Buffalo, na qualidade de professor associado, no ano seguinte titular, e lá permanece até 1981.
1973. Participa da Conferência de Planejamento do 6º Congresso Pan-Africano em Kingston, Jamaica.
1974. Participa do Sexto Congresso Pan-Africano, Dar-es-Salaam, Tanzânia, como único representante da região da América Latina.
1976-77. Convidado pela Universidade de Ife, Ile-Ife, Nigéria, passa um ano como Professor Visitante no Departamento de Línguas e Literaturas Africanas.
1976. Participa, a convite do escritor Wole Soyinka, no Seminário Alternativas para o Mundo Africano, reunião em que funda-se a União de Escritores Africanos, em Dakar.
1977. Participa na qualidade de observador, perseguido pela delegação oficial do regime militar brasileiro, do Segundo Festival Mundial de Artes e Culturas Negras e Africanas, realizado em Lagos. Denuncia, no respectivo Colóquio, a situação de discriminação racista vivida pelo negro no Brasil. Na Europa e Estados Unidos, participa da fundação, desde o exílio, do novo PTB (mais tarde, Partido Democrático Trabalhista – PDT).
1977. Participa, na qualidade de delegado e presidente de grupo de trabalho, do Primeiro Congresso de Cultura Negra nas Américas, realizado em Cáli, Colômbia.
1978. Participa em São Paulo do ato público de fundação e das reuniões organizativas do Movimento Negro Unificado contra a o Racismo e a Discriminação Racial. Participa da reunião internacional de exilados brasileiros O Brasil no Limiar da Década dos Oitenta, em Stockholm, Suécia.
1979. A convite do Bloco Parlamentar Negro (Congressional Black Caucus) do Congresso dos Estados Unidos, e do Sindicato de Trabalhadores do Correio, profere conferência na sede da Câmara dos Deputados em Washington, D.C.
1980. Participa, na qualidade de delegado especial, do Segundo Congresso de Cultura Negra das Américas, realizado no Panamá, e é eleito pelo plenário Coordenador Geral do Terceiro Congresso. No Brasil, lança o livro O Quilombismo e ajuda a fundar o Memorial Zumbi, organização nacional voltada à recuperação, em benefício da comunidade afro-brasileira e do mundo africano, das terras da República dos Palmares, na Serra da Barriga, Alagoas.
1981. Funda o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO) na PUC-SP. Integra a executiva nacional do PDT e funda a Secretaria do Movimento Negro do PDT, no Rio de Janeiro e a nível nacional. Participa da coordenação internacional do projeto Kindred Spirits, exposição itinerante de artes afro-americanas.
1982. Organiza e é eleito para presidir o Terceiro Congresso de Cultura Negra das Américas, realizado nas dependências da PUC-SP com representantes de todo o mundo africano exceto o Pacífico.
1983. Assume a cadeira de Deputado Federal, eleito suplente pelo PDT-RJ. É o primeiro deputado afro-brasileiro a exercer o mandato defendendo os direitos humanos e civis do povo afro-brasileiro. A convite da ONU, participa do Simpósio Regional da América Latina em Apoio à Luta do Povo da Namíbia pela sua Independência, em San José, Costa Rica. Visita a antiga sede da UNIA de Marcus Garvey em Limón. Viaja também a Nicarágua, participando de sessões da Assemblea Nacional e conhecendo as populações de origem africana em Bluefields, litoral oriental do país. Em Washington, D.C., participa do seminário Dimensões Internacionais: a Realidade de um Mundo Interdependente, a convite do Bloco Parlamentar Negro (Black Congressional Caucus), na sede do Congresso Nacional dos Estados Unidos.
1984. Cria, junto com um grupo de intelectuais e militantes negros, a Fundação Afro-Brasileira de Arte, Educação e Cultura (FUNAFRO), integrando o IPEAFRO, o Teatro Experimental do Negro, a revista Afrodiaspora, e o Museu de Arte Negra.
1985. A convite da ONU, participa da Simpósio Mundial em apoio à Luta do Povo da Namíbia pela sua Independência, em Nova York. Participa, novamente, de reunião internacional patrocinada pelo Bloco Parlamentar Negro dos Estados Unidos: a Conferência Internacional sobre a Situação dos Povos do Terceiro Mundo, na sede do Congresso norteamericano em Washington, D.C. Integrando comitiva oficial brasileira, visita Israel a convite do respectivo governo.
1987. Participa, na qualidade de delegado de honra,da Conferência Internacional sobre a Negritude e as Culturas Afro nas Américas, Florida International University, Miami. Integra o Conselho de Contribuintes do Município do Rio de Janeiro.
1987-88. Integra o Comitê Dirigente Internacional, Festival Pan-Africano de Artes e Cultura, Dakar, Senegal. Participa da direção internacional do Memorial Gorée, organização dedicada ao projeto de construção de um memorial aos africanos escravizados na ilha senegalesa que serviu como entreposto do comércio escravista. Integra a direção internacional do Instituto dos Povos Negros, organização internacional promovida com o apoio da UNESCO pelo governo de Burkina Faso e de outros países africanos e caribenhos.
1988. Profere a conferência inaugural da Série Anual de Conferências Internacionais W. E. B. DuBois em Accra, República de Gana, promovida pelo Centro de Estudos Pan-Africanos W. E. B. DuBois, e visita o país a convite do governo. Participa da Comissão Nacional para o Centenário da Abolição da Escravatura. Realiza exposição individual intitulada Orixás: os Deuses Vivos da África, na sede do Ministério da Educação e Cultura, o Palácio Gustavo Capanema.
1989. Na qualidade de consultor da UNESCO para assuntos culturais, passa um mês em Angola. É eleito Presidente do Memorial Zumbi e atua no Conselho de Curadores da Fundação Cultural Palmares, Ministério da Cultura. É nomeado Conselheiro representante do Município no Conselho de Contribuintes do Município do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Fazenda.
1990. A convite da SWAPO (movimento de libertação nacional transformado em partido político eleito ao primeiro governo da nação), participa da cerimônia de independência da Namíbia e posse do Governo Sam Nujoma, em Windhoek.
1990-91. Durante um ano atua como Professor Visitante, Departamento de Estudos Africano-Americanos, Temple University, Philadelphia. Acompanha Darcy Ribeiro e Doutel de Andrade na chapa do PDT para o Senado, sendo eleito suplente de senador.
1991. Assume a pasta de Secretário de Estado para a Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras (SEAFRO) no Governo do Rio de Janeiro. A convite do Congresso Nacional Africano (ANC) da África do Sul, participa de sua 48a Conferência Nacional presidido por Nelson Mandela, em Durban. É nomeado membro do Conselho de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
1991-92. Assume a cadeira no Senado. Integra a comitiva presidencial em visita a Angola, Moçambique, Zimbabwe, e Namíbia. Participa no Primeiro Congresso Internacional sobre Direitos Humanos no Mundo Africano, patrocinado pela organização não-governamental AFRIC e realizado em Toronto, Canadá.
1993-94. Retoma a Secretaria Extraordinária de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras.
1995. Participa das atividades do Tricentenário de Zumbi dos Palmares, em vários estados e municípios do Brasil e nos Estados Unidos. Lança o livro Orixás: os Deuses Vivos da África, com reproduções de suas pinturas, texto sobre cultura e experiência afro-brasileiras, e textos críticos de diversos autores (africanos, norteamericanos, caribenhos, e brasileiros) sobre a sua obra de artes plásticas. É Patrono do Congresso Continental dos Povos Negros das Américas, realizado no Parlamento Latinoamericano em São Paulo, em comemoração ao Tricentenário da Imortalidade de Zumbi dos Palmares, 20 de novembro de 1995.
1996. Recebe da Câmara Municipal de São Paulo o título de Cidadão Paulistano.
1997. Assume em caráter definitivo o mandato de senador da República. Recebe o prêmio de Menção Honrosa de Direitos Humanos outorgado pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP. Realiza exposição de pintura no Salão Negro do Congresso Nacional.
1998. Participa com um comentário ao Artigo 4º da Declaração de Direitos Humanos por ocasião do cincoentenário desse documento da ONU em 1998, incluído em volume organizado e publicado pelo Conselho Federal da OAB. Outros artigos foram comentados por personalidades como o rabino Henry Sobel, Adolfo Pérez Esquivel, Evandro Lins e Silva, Dalmo de Abreu Dallari, João Luiz Duboc Pinaud, e outros. Realiza exposição de pintura (28 telas) na Galeria Debret em Paris.
1999. Assume, como titular fundador, a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania do Governo do Estado do Rio de Janeiro. É homenageado pela Câmara Municipal de Salvador entre cinco personalidades do mundo africano: Malcolm X, Abdias Nascimento, Martin Luther King, Patrice Lumumba, Samora Machel.
2000. Extinta a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, preside provisoriamente o Conselho de Direitos Humanos e volta a dedicar-se às atividades de escritor e pintor. Recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia.
2001. É agraciado pelo Schomburg Center for Research in Black Culture, centro de referência mundial que integra o sistema de bibliotecas públicas do município de Nova York, com o Prêmio Herança Africana comemorativo dos 75 anos da fundação daquela instituição. A comissão de seleção dos premiados foi constituída pelo ex-prefeito de Nova York, David N. Dinkins, a poetisa Maya Angelou, o cantor Harry Belafonte, o ator Bill Cosby, a diretora da editora Présence Africaine Mme. Yandé Christian Diop, o professor Henry Louis Gates da Harvard University, a coreógrafa Judith Jamison, o cineasta Spike Lee e o reitor da Universidade das Antilhas Rex Nettleford. As outras cinco personalidades homenageadas com o prêmio em cerimônia realizada na sede da ONU foram o intelectual senegalês e ex-diretor da UNESCO M. Amadou Mahktar M’Bow, a coreógrafa e antropóloga Katherine Dunham, a ativista dos direitos civis e fundadora da Organização das Mulheres Negras dos Estados Unidos Dorothy Height, o fotógrafo Gordon Parks, e músico e fotógrafo Billy Taylor.
Convidado pela Fórum Nacional de Entidades Negras, faz o discurso de abertura da 2ª Plenária de Entidades Negras Rumo à 3ª Conferência Mundial Contra o Racismo, Rio de Janeiro, 11 de maio de 2001.
É agraciado com o Prêmio Cidadania 2001, da Comunidade Bah’ai do Brasil, conferido em Salvador em junho.
Inaugura-se em julho o Núcleo de Referência Abdias Nascimento, contra o Racismo e o Anti-Semitismo, e seu Serviço Disque-Racismo, iniciativas da Fundação Municipal Zumbi dos Palmares, Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro.
Profere discurso de abertura do 1º Encontro Nacional de Parlamentares Negros, Salvador, Bahia, 26 de julho de 2001.
Convidado pela Coalizão de ONGs da África do Sul (SANGOCO), profere palestra na mesa Fontes, Causas e Formas Contemporâneas de Racismo, Fórum das ONGs, 3ª Conferência Mundial Contra o Racismo, Durban, África do Sul, 28 de agosto de 2001.
É agraciado com a Ordem do Rio Branco, no grau de Oficial, Brasília, outubro de 2001.
É agraciado com o Prêmio UNESCO, categoria Direitos Humanos e Cultura de Paz, outubro de 2001.
2002. Lança os livros O Brasil na Mira do Pan-Africanismo (CEAO/ EdUFBA) e O Quilombismo, 2ª ed. (Fundação Cultural Palmares).
É convidado pelo Liceu de Artes e Ofícios da Bahia a ser o palestrante da segunda de suas novas Conferências Populares, continuando essa tradição centenária no seu 130o aniversário.
Participa das comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra em Porto Alegre, 20 de novembro.
É homenageado pela Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, na sua 4ª Conferência Nacional realizada em Brasília em 11 de dezembro, como personalidade destacada na história dos direitos humanos no Brasil.
Exposição Abdias do Nascimento: Vida e Arte de um Guerreiro, Centro Cultural José Bonifácio, Rio de Janeiro, inaugurada em dezembro.
2003. Discursa, na qualidade de convidado especial, na inauguração da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Brasília, 21 de março.
É homenageado pela Fala Preta! Organização de Mulheres Negras de São Paulo, como personalidade destacada na defesa dos direitos humanos dos afrodescendentes brasileiros, 22 de abril.
Publica em maio edição em fac-símile do jornal Quilombo (São Paulo: Editora 34).
Recebe o Diploma da Camélia, Campanha Ação Afirmativa/ Atitude Positiva, CEAP e Coalizão de ONGs pela Ação Afirmativa para Afrodescendentes, Rio de Janeiro, 17 de novembro.
Recebe o Prêmio Comemorativo das Nações Unidas por Serviços Relevantes em Direitos Humanos, Rio de Janeiro, 26 de novembro.
2004. No Seminário Internacional Políticas de Promoção Racial, recebe o Prêmio de Reconhecimento da Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro. Brasília, 21 de março de 2004.
Recebe homenagem da Presidência da República aos 90 anos “do maior expoente brasileiro na luta intransigente pelos direitos dos negros no combate à discriminação, ao preconceito e ao racismo”. Brasília, 21 de março de 2004.
Recebe prêmio de Reconhecimento 10 Years of Freedom – South Africa 1994-2004, do Governo da África do Sul, abril de 2004.
Profere palestra “Memorial de Luta”, no Seminário O Negro na República Brasileira: Pautas de Pesquisa, promovido pelo Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afro-Descendente da PUC-Rio, maio de 2004.
Participa do VII Congresso da BRASA, Associação de Estudos Brasileiros, na qualidade de homenageado no Painel sobre a sua vida e obra, realizado em sessão plenária do dia 10 de junho de 2004, na PUC-Rio.
Participa do Fórum Cultural Mundial, realizado em São Paulo em julho de 2004, como homenageado no painel Abdias Nascimento, um Brasileiro no Mundo, organizado pela SEPPIR, em que é lançado oficialmente o seu nome para o prêmio Nobel da Paz, ampliando a repercussão da indicação feita pelo Instituto de Advocacia Ambiental e Racial – IARA.

sábado, 21 de maio de 2011

Imprensa brasileira ignora Estatuto da Igualdade Racial

 

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Pedro Caribé - Observatório do Direito à Comunicação
18.05.2011
O Estatuto da Igualdade Racial aprovado em julho 2010 passa por processo de invisibilidade e oposição dos meios impressos brasileiros. Essa foi uma das conclusões do primeiro relatório da pesquisa Faces do Brasil, apresentada em Salvador no último dia 13 de maio, dia da abolição. O material coletado é de 12 jornais e cinco revistas entre os meses de outubro e dezembro de 2010. Até o momento a sistematização se balizou por 506 matérias sobre ciganos, povos indígenas e negros.

O projeto é parceria entre a organização Omi-Dùdú e o grupo Etnomídia da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA). O professor e jornalista Fernando Conceição também da Facom é o coordenador do projeto.

O relatório contextualiza conquistas institucionais e políticas dos grupos étnicos estudados pós-redemocratização (1985), porém, segundo a coordenação, no campo midiático tal avanço não é repercutido, configurando “uma visão negativamente estereotipada sobre os afrodescendentes e outros grupos sociais etnicamente discriminados”.

No geral as legislações sobre grupos étnico-raciais ocupam apenas 13,4% do total avaliado. Já as políticas públicas são citadas em 20,6% das matérias. Os temas predominantes são de fundo cultural. No conteúdo recortado a abordagem a população negra é predominante (71,7%), seguido dos indígenas (26,8%) e ciganos (1,5%). Porém, conforme a localização geográfica ou perspectiva de distribuição, os veículos modificam o enfoque étnico.

O Estado de S. Paulo costuma expor o temas étnicos-raciais em seu editoriais, ou através de carta de leitores, ambos de cunho contrários a pautas como o Estatuto, a titulação de terras quilombolas, os conflitos na construção de Belo Monte e polêmica sobre o livro de Monteiro Lobato, Caçadas de Pedrinho.

O baiano A Tarde alcançou o destaque quantitativo com 87 matérias sobre a temática, porém, reservadas ao âmbito cultural e dentro de tendência nacional de não posicionar a pauta em condição de manchete. Já o Diário do Nordeste de Pernambuco é apontado como o jornal que mais prioriza as leis no conteúdo.

No Liberal do Pará os povos originários têm maior destaque qualitativo, os demonstrando de forma positiva enquanto beneficiários para políticas públicas, em especial as cotas na universidade federal. No caso do Zero Hora de Porto Alegre as reservas indígenas são abordadas explicitamente como entraves para o desenvolvimento econômico.

Quanto aos povos ciganos a invisibilidade dos meios ao segmento provocou a exceção de analisar como os jornais brasileiros abordaram a política do governo francês em relação aos mesmos.

Metodologia

O primeiro período escolhido é convergente com os debates da sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e enfocam cinco pontos: políticas de ação afirmativa; cotas; Estatuto da Igualdade Racial; violência explícita contra juventude de comunidades periféricas; e implementação da legislação que trata da inclusão de conteúdos pedagógicos sobre a contribuição negro-indígena na história do país.

A metodologia é centrada em critérios jornalísticos como posicionamento da matéria dentro do veículo, utilização de fotografias e fontes selecionadas. O resultado final se dará com dados de até julho de 2011 e acrescentará mais 5 jornais e uma revista.

Críticas

Jocélio Telles de Souza, diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da UFBA, ao analisar os dados apresentados destacou que o estatuto é um divisor de águas, até no jornalismo, e que alguns veículos dão espaço, mas muitos assumem o lado de "oposição feroz". Jocélio também aponta que a representatividade geográfica do relatório dá elementos para avaliar o preconceito regional e a constituição das elites pelo país.

Para o relatório final, Jocélio sugeriu que fossem aperfeiçoados os dados qualitativos que a pesquisa aponta em relação a abordagem aos estereótipos e preconceito, assim como a definições sobre os grupos estudados e porque a exclusão de outros que habitam o país.
Leia Mais:



Fonte: Correio Nagô

sexta-feira, 13 de maio de 2011

13 de maio, uma ótima data para mais uma reflexão

Acabo de me lembrar que hoje, 13 de maio de 2011, faz 2 anos que tive minha 1ª aula no Mestrado. Isso é um impacto simbólico muito grande, se pensarmos que há pouco mais de um século atrás, era impensável que um negro tivesse acesso aos estudos ou fosse alfabetizado. Sei que infelizmente, ainda sou minoria, apesar dessa "minoria" ter crescido muito nos últimos anos. Espero que muitos outros jovens negros consigam o mesmo que eu, apesar desse sistema cruel e perverso, que muda de nome mas nos oprime da mesma maneira.


UFANISI PARA TODOS!!

 

 

Apesar de políticas afirmativas, desigualdade no acesso de negros ao ensino superior permanece

Por Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Apesar das políticas afirmativas adotadas pelas universidades brasileiras para ampliar o acesso da população negra ao ensino superior, 123 anos depois da Abolição da Escravatura permanece o hiato em relação à população branca. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que entre 1997 e 2007 o acesso dos negros ao ensino superior cresceu, mas continua sendo metade do verificado entre os brancos.
Entre os jovens brancos com mais de 16 anos, 5,6% frequentavam o ensino superior em 2007, enquanto entre os negros esse percentual era 2,8%. Em 1997, esses patamares estavam em 3% e 1%, respectivamente.
Para o professor Nelson Inocêncio da Silva, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília (UnB), a velocidade lenta do impacto das políticas públicas ocorre em função dos anos de atraso do país para reconhecer as diferenças de oportunidades dadas a negros e brancos.
“O Estado brasileiro se absteve por muito tempo e ficou ausente no que diz respeito à questão das políticas públicas para essa população. Falamos de 1888, final do século 19, e terminamos a primeira década do século 21 com problemas seríssimos no que diz respeito à população negra”, afirma.
A UnB foi a primeira federal a implantar o sistema de cotas para negros no vestibular e 4 mil alunos já ingressaram na universidade por esse mecanismo. Silva acredita que esses números devem ter avançado desde 2007, já que atualmente cerca de 100 instituições públicas de ensino superior adotam algum tipo de política afirmativa. O principal benefício que as cotas terão no futuro, na avaliação dele, é aumentar a representação dos negros em cargos importantes.
“Quando falamos de universidades federais, não há dúvida de que elas formam pessoas que cedo ou tarde vão participar da classe dirigente deste país. Então sabemos que, pelo menos com essa formação, o aluno terá no futuro uma situação diferenciada”, ressalta o professor.
De acordo com o último Censo da Educação Superior, 10% dos ingressos de novos alunos nas universidades públicas ocorreram por meio de sistemas de reserva de vagas. Os dados apontam que 69% usaram como critério o fato de o candidato ter ou não estudado em escola pública. Um quarto das reservas de vagas foi preenchido a partir de critérios etnorraciais. Desde a sua implantação na UnB em 2004, o sistema de cotas tem sido muito criticado por ser considerado injusto com o restante dos estudantes não negros. Silva ressalta que ele precisa ser analisado do ponto de vista histórico.
“Não é possível a gente querer entender a partir do aqui e agora, é preciso voltar ao século 19, às políticas do Estado brasileiro de favorecimento das populações europeias para entender porque afinal de contas temos que desenvolver uma política de inclusão da população negra. Essas políticas atuais não são fruto de nenhum devaneio, elas são necessidades que foram esquecidas”, aponta.
Em outras etapas do ensino também há desigualdade entre negros e brancos. O último censo do IBGE aponta que, entre os 14 milhões de brasileiros com mais de 15 anos que são analfabetos, 30% são brancos e 70% são pretos ou pardos.
Edição: Juliana Andrade

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 11 de maio de 2011

30 anos de morte de Bob Marley

Em 11 de maio de 1981, há exatos 30 anos, o mundo perdia o maior ícone da história do Reggae e um dos maiores expoentes da música mundial, independentemente de rótulos e estilos. Robert Nesta Marley foi precocemente vitimado por um câncer, aos 36 anos de idade, quando sua carreira estava no auge. Suas músicas sempre falaram de amor, de respeito, de libertação dos oprimidos frente à dominação que transcende a escravidão física. Sempre pregou que as pessoas deviam "se emancipar da escravidão mental" na qual muitas ainda estão presas.
Um rei com a simplicidade de um súdito. Um líder que não queria seguidores aos seus pés. Que sua música e suas mensagens permançam conosco para sempre!



Três Passarinhos (tradução de "Three Little Birds")

Não se preocupe com nada,
Porque cada pequena coisa
Vai ficar bem


Tô dizendo, não se preocupe com nada
Porque cada pequena coisa
Vai ficar bem


Levantar esta manhã
Sorrir com o sol nascente
Três passarinhos
Pela minha porta
Cantando músicas doces
De melodias puras e verdadeiras
Dizendo: "Esta é a minha mensagem para você"



Tô dizendo, não se preocupe com nada
Porque cada pequena coisa
Vai ficar tudo bem...
(Dedicado à minha amiga Rafaela. "Every little thing gonna be all right", Rafa!)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Federação de Futebol da França abre inquérito para investigar cotas raciais

Ex-companheiros de Blanc defendem o treinador das acusações de racismo, mas consideram caso uma polêmica e pedem punições aos responsáveis


Por GLOBOESPORTE.COM Paris

Laurent Blanc durante coletiva da seleção francesa (Foto: AP)
Laurent Blanc é acusado de racismo (Foto: AP)


O polêmico esquema de cotas raciais denunciado pela imprensa francesa vai parar na justiça em breve. A Federação de Futebol da França confirmou que fará uma investigação para apurar se as acusações feitas aos dirigentes e ao técnico Laurent Blanc são verdadeiras. Em reportagem do site Mediapart, a FFF foi acusada de estipular que, nos campos de treinamento das categorias de base do futebol francês, se limitasse a 30% o número de jogadores negros ou árabes.
- A Federação de Futebol da França criou uma Comissão de Inquérito para ouvir os acusados e determinar o que está correto. Esperamos ter as decisões em uma semana. Um Conselho Federal irá se reunir e receberá as provas para analisar - explicou nota oficial da Federação.
O diretor técnico da Federação Francesa de Futebol (FFF), François Blanquart, já havia sido suspenso pelo Ministério de Juventude e Esportes no último final de semana. Segundo o site francês, Blanquart, além de Blanc e o treinador das categorias inferiores, Eric Mombaerts, teriam se reunido para falar sobre o problema da entrada nos centros de formação franceses de jovens procedentes da África com dupla nacionalidade que, posteriormente, defendem as cores de seus países de origem.
Blanquart seria o principal motivador para que se impusesse um limite ao número destes jovens a serem inscritos e Blanc teria concordado. Os ex-companheiros do atual comandante dos Bléus, no entanto, não acreditam que o ex-jogador seria capaz disso. Mas Vieira, negro que fez sucesso na seleção campeã do mundo em 1998, considera a possível reunião e as declarações que o técnico teria dado um absurdo.
- Conheço o Laurent Blanc. Sempre tive um bom relacionamento com ele. Não acredito que ele é racista, mas estou surpreso com o que está sendo falado. Quando li os comentários que ele teria dito me surpreendi. É um escândalo - lamentou o jogador, que encontrou eco nas palavras de outro campeão do mundo em 1998, Bixente Lizarazu.
- Tem que se pesar tudo isso com o histórico do homem. Blanc nunca teve atitudes racistas. Ele é totalmente o oposto do que estão falando e vem fazendo um ótimo trabalho na França. Não podemos estragar tudo assim - comentou.
Alou Diarra, volante capitão da seleção francesa, que também é negro, foi outro que disse não acreditar que Blanc adotaria tal postura.
- Ele não é racista - resumiu.
O momento não é nada bom para a seleção da França. Depois de muitas polêmicas entre os jogadores e o técnico Raymond Domenech na Copa da África do Sul, agora é a vez de Laurent Blanc passar por um momento nada agradável.


Fonte: globoesporte.com

terça-feira, 3 de maio de 2011

Calendário Negro - Maio

01 - Dia Mundial do Trabalhador

02 - Nasce em Miraí (MG), o cantor, compositor e letrista, Ataulfo Alves, autor de: "Ai que saudades da Amélia", "Errei Sim", "Na Cadência do Samba", "Leva meu samba", "Atire a primeira pedra". (1909)
02 - Nasce na Bahia, Maria Stella de Azevedo Santos - Mãe Stella de Oxossi, uma das mais importantes ialorixás brasileiras, sacerdotisa do Ilê Axé Opô Afonjá. (1925)
02 - Com a atenção de todo o planeta voltada para a África do Sul e a presença de inúmeras personalidades, entre elas Coretta King, viúva do líder americano Martin Luther King, Nelson Mandela recebe a faixa presidencial de Frederick de Klerk, tornando-se o primeiro negro a presidir o país. (1994)


03 - Nasce numa pequena cabana de madeira na floresta de Barnweel (EUA), o "padrinho do soul", James Brown. (1933)



03 - Nascimento do geógrafo Milton Santos, que revolucionou a Geografia, dando-lhe um enfoque humanista


05 - Nasce em Salvador (BA), o Bloco-Afro Muzenza. (1981)

06 - É inaugurada em Salvador (BA), a Casa de Benin. (1988)


07 - Morre aos 69 anos, de câncer no estômago, em Botafogo (RJ), a cantora Elizeth Cardoso. (1990)

08 - Nasce em Hazlehurst, Mississipi (EUA), o cantor de blues, Robert Johnson. (1911)
08 - Em uma noite histórica para o teatro brasileiro, o ator Aguinaldo Camargo no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, viveu o trágico Brutus Jones O'Neill na peça "O Imperador Jones". Era a primeira apresentação do T E N - Teatro Experimental do Negro. (1945)

10 - O líder Nelson Mandela assume a presidência da África do Sul. (1994)
10 - Morre de câncer, aos 36 anos, em um hospital em Miami (EUA), o cantor e poeta jamaicano, Robert Nesta Marley, o "Bob Marley". (1981)


11 - Nasce na Rua Fonseca Telles, bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro, o cantor e compositor José Bispo Clementino dos Santos - Jamelão. (1913)
11 - Realiza-se no Rio de Janeiro (RJ), organizada pelo Movimento Negro, a Marcha Contra os 100 Anos de Opressão. (1988)


13 - Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo.
13 - Dia consagrado aos Pretos Velhos.
13 - Nasce numa sexta-feira, Afonso Henrique Lima Barreto, uma das maiores expressões da literatura brasileira. Escreveu verdadeiras obras-primas como "Recordações do Escrivão Isaías Caminha", "Triste Fim de Policarpo Quaresma", "Clara dos Anjos", "Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá". (1881)
13 - Assinada pela Princesa Isabel a Lei Áurea declarando extinta a escravidão no Brasil, último país da América a libertar seus escravos. (1888)



13 - Nasce nos Estados Unidos, o cantor e compositor Steveland Morris - Stevie Wonder. (1950)

14 - Os líderes da Revolta dos Malês, os libertos Jorge da Cunha Barbosa e José Francisco Gonçalves e os escravos Gonçalo, Joaquim e Pedro, são fuzilados no Campo da Pólvora, em Salvador (BA). (1835)

17 - Nos Estados Unidos a Suprema Corte bane a segregação racial em escolas públicas. (1954)
17 - A gaúcha Deise Nunes de Souza é coroada Miss Brasil. A primeira Miss Brasil negra em todos esses anos de concurso. (1986)


18 - O arcebispo sul-africano Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz em 1984,chega ao Brasil para uma visita de uma semana. (1987)
18 - Morre no Rio de Janeiro, aos 87 anos, vítima de derrame cerebral, o zagueiro Domingos da Guia, o "Divino Mestre" (2000)

18 - Criação do Conselho Nacional de Mulheres Negras, no Rio de Janeiro (1950)

18 - Nasce em Omaha, Nebraska, (EUA), o fundador do movimento Black Muslims (Muçulmanos Negros), MalcolmLittle, conhecido internacionalmente como Malcolm X. (1925)

20 - Nasce a bailarina e coreógrafa Mercedes Batista, primeira bailarina negra do Teatro Municipal.

21 - Dia Internacional da Libertação Africana
21 - Morre o Marechal João Batista de Mattos, o primeiro negro a atingir esse posto no Exército Brasileiro. (1969)
21 - Realiza-se na Jamaica, o funeral cerimonioso do cantor e compositor Bob Marley. (1981)


24 - Morre em Nova Iorque, o compositor e regente Edward Kennedy Ellington, Duke Ellington. (1974)




25 - Nasce em Mirante do Paranapanema (SP), o ator Antonio Viana Gomes - Tony Tornado. (1930)
 25 - Criação da Organização da Unidade Africana - OUA (1963)
25 - Dia da Libertação da África, promovido pela ONU (1972)


26 - Nasce em Alton, Illinois (EUA), o genial inovador do jazz, Miles Deney Davis III - Miles Davis.(1926)

28 - Nasce em Pindamonhangaba (SP), o atleta João Carlos de Oliveira, João do Pulo, recordista mundial no salto triplo. (1954)

29 - Morre em São Paulo (capital), aos 45 anos, vítima de falência múltipla de órgãos em decorrência de cirrose hepática e infecção generalizada, o atleta João Carlos de Oliveira, João do Pulo. (1999)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Criança é espancada por cliente no Shopping Barra em Salvador

Repassando...
Impressionante o quanto a violência gratuita anda solta e ninguém faz nada de concreto quanto a isso. Impressiona e revolta!
Malcolm X é que tava certo...




O que ele fez?
01/05/2011

Aglomeração em volta de uma menino negro, de 13 anos, sentado de cabeça baixa, assustado, próximo à praça de alimentação do Shopping Barra. Um pano com gelo na mão, de vez em quando levado à testa. Em cada pé um modelo diferente de sandália tipo havaiana. Os seguranças queriam levar o menino, as pessoas indignadas resistiam, queriam primeiro a presença da polícia.
Alguém se aproxima e pergunta: o que ele fez?
Santo preconceito. Ele não fez, fizeram com ele.
E, boas novas neste mundo cão, havia ali um grupo grande de pessoas empenhadas em proteger o menino, pedir providências ao shopping.
Sandro Lisboa, analista de sistemas, estava a próximo ao garoto, na aglomeração que acompanhava o segundo tempo do BaVi, em frente ao restaurante Tokai. “Ele fez um comentário e um homem, que estava a 10 metros de distancia se aproximou, deu um tapa nas costas, voltou e deu mais três socos, na cabeça e na testa”, conta Sandro, que ouviu também o comentário espantado da filha do agressor: “Pai, por que você fez isso?”
Junto com outro cliente do shopping, o engenheiro ambiental David Lockwood, foi em busca dos seguranças, que conduziram o agressor, um homem branco, de aproximadamente 40 anos, para uma entrada da aérea de serviço do Shopping e depois informaram que ele havia fugido. “Achei ridículo os seguranças fazerem tudo para proteger o agressor e nada para averiguar o que aconteceu”, diz David.
A polícia finalmente chega. A agente da Polícia Federal Carla Medrado, que também assistiu a cena se apresenta e pede providências. Ela está indignada com a atitude da segurança do shopping, que em vez de deter o agressor facilitou a sua fuga. Não houve registro de ocorrência.
Uma das pessoas saca o telefone e liga para a redação do Correio*. Informa o que acontece, pede cobertura. Veja aqui.

Publicado no Blog Bahia na Rede: www.blogbahianarede.wordpress.com