sexta-feira, 31 de maio de 2013

Por resolução da FIFA, racismo poderá render até rebaixamento

O italiano Mario Balotelli é um dos jogadores que mais sofrem com o racismo dentro dos estádios.

Após várias ações irrisórias, como multas insignificantes, a Fifa tomou uma atitude concreta contra o racismo. Agora, uma ação discriminatória pode render várias punições, a mais pesada delas o rebaixamento de divisão.

Foi o que a entidade adotou nesta sexta-feira, por meio de resolução, durante seu Congresso nas Ilhas Maurício - no Oceano Índico. Foram 204 votos a favor do documento e apenas um contra.

"Em uma primeira infração, por menor que seja, haverá um aviso; depois, jogos com portões fechados (sem torcida)", diz o texto da resolução, que continua com a sequência de punições previstas. 

"Em caso de repetição de ofensa ou infração séria, dedução de pontos, exclusão de competição ou rebaixamento serão as punições recomendadas", prossegue o documento.

"Qualquer pessoa (jogador, técnico, árbitro...) que cometer uma infração pode ser suspenso por até cinco jogos, incluindo banimento do estádio", explica, ainda, a resolução.

Presidente da Fifa, Joseph Blatter falou sobre o assunto. "Estamos mandando um forte sinal aos racistas de que o tempo deles acabou... Eu estou falando de política do ódio, que é racismo, ignorância, discriminação, intolerância", continuou.

Os casos de racismo têm aumentado consideravelmente nos últimos anos, principalmente na Europa. O atacante italiano Mario Balotelli, do Milan, por exemplo, sofreu bastante na última temporada, principalmente em um jogo do Italiano contra a Roma.

Outro atleta do time de Milão, o ganês Kevin-Prince Boateng também foi vítima de racismo em um amistoso contra o Pro Patria, da terceira divisão, em janeiro, que culminou com o abandono de campo da equipe rossonera.


Fonte: SuperVasco/ ESPN

terça-feira, 21 de maio de 2013

"Hey, senhor de engenho, eu sei bem quem você é!"


Editais do MinC para cultura negra são suspensos

  • Justiça entendeu que ações exclusivas são uma prática racista
  • Projeto de fomento era a principal novidade da gestão de Marta Suplicy à frente do Ministério da Cultura
ANDRÉ MIRANDA (EMAIL · FACEBOOK · TWITTER)
EDUARDO RODRIGUES (EMAIL · FACEBOOK · TWITTER)
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A ministra da Cultura, Marta Suplicy Foto: André Coelho / Agência O Globo
A ministra da Cultura, Marta Suplicy André Coelho / Agência O Globo
RIO - A Justiça Federal suspendeu os editais de incentivo à cultura negra lançados pelo Ministério da Cultura (MinC) em novembro de 2012, por entender que eles representam uma prática racista. Com um valor total de R$ 9 milhões, os editais foram, até agora, a principal novidade da gestão de Marta Suplicy à frente da pasta, que assumiu há cerca de nove meses prometendo políticas de inclusão.
A decisão, do juiz José Carlos do Vale Madeira, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Maranhão, foi publicada no Diário Oficial de segunda-feira. Ele escreveu que o MinC “não poderia excluir sumariamente as demais etnias” e que os editais “destinados exclusivamente aos negros abrem um acintoso e perigoso espectro de desigualdade racial”.
— Na minha opinião é uma decisão equivocada — afirma Humberto Adami, diretor do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (IARA). — Ela deixa de reconhecer a Constituição Federal, o Estatudo da Igualdade Racial e tratados internacionais de combate à discrimição racial que são assinados pelo Brasil desde 1960, no sentido de combater o racismo e fomentar a inclusão dos afrodescendentes, que historicamente sofrem exclusão.
Os editais suspensos foram: Apoio para Curta-Metragem — Curta Afirmativo: Protagonismo da Juventude Negra na Produção Audiovisual; Prêmio Funarte de Arte Negra; Apoio de Coedição de Livros de Autores Negros; e Apoio a Pesquisadores Negros. O primeiro é de gestão da Secretaria do Audiovisual (SAv) do MinC, o segundo, da Funarte, e os dois últimos, da Fundação Biblioteca Nacional.
— O racismo no Brasil em relação ao negro é uma questão histórica — avalia Antonio Costa Neto, assistente técnico do IARA. — Houve racismo durante a escravidão, posteriormente com a teoria de branquear a população e depois como política pública na educação e também na imigração. Então hoje tentamos desconstruir o racismo através de políticas públicas afirmativas. O magistrado leva em consideração o momento atual, que não admite prática de racismo, mas deve considerar também esses fatos históricos. Se fizermos um recorte racial, há poucos produtores negros com acesso a essas política públicas.
Ministério promete recorrer
Os editais foram lançados em 20 de novembro, quando se comemora o Dia da Consciência Negra. A ideia anunciada por Marta era facilitar o acesso a verbas por parte de artistas e produtores que lidam com a cultura negra, cujos projetos seriam, de acordo com o MinC, pouco acolhidos pelas políticas usuais de patrocínio. Todos eles já haviam encerrado suas inscrições e deveriam anunciar os projetos habilitados no início do segundo semestre.
O processo foi movido como ação popular pelo escritório do advogado Pedro Leonel Pinto de Carvalho, do Maranhão, citando como réus a União Federal, a Funarte e a Fundação Biblioteca Nacional.
— O edital tem uma natureza racista. Por que ele é apenas para pessoas negras e não para brancos ou índios, por exemplo? É uma proposta que gera preconceito — diz Pedro Eduardo Ribeiro de Carvalho, gerente jurídico do escritório de Pedro Leonel.
Para Adami, a medida liderada pela ministra Marta Suplicy se insere no princípio das ações afirmativas.
— É uma ação do poder executivo que visa socorrer um determinado segmento da sociedade. Não deveria causar estranheza, pois todos os dias temos algum segmento da sociedade beneficiado por alguma decisão do executivo, judicário ou legisliativo. Quando empresários recebem isenção de pagamento de tributos, ninguém diz que é inconstitucional. Nesse aspecto, penso que não faltarão argumentos para que a Advocacia Geral da União faça um recurso ao Tribunal Regional em Brasília e que essa decisão seja sumariamente cassada.
Em nota, o MinC informou que vai apresentar recurso à decisão: “O edital da SAv é legal, constitucional e há segurança na regularidade da política. O mesmo entendimento têm as áreas jurídicas da Funarte e Fundação Biblioteca Nacional, que também entrarão com recurso”.
Fonte: O Globo

terça-feira, 14 de maio de 2013

segunda-feira, 13 de maio de 2013

13 de maio, absolutamente nada a comemorar!


Pensei em várias músicas, mas poucas que conheço sintetizam tão bem o que penso sobre a tal "abolição" cantada em verso e prosa por aí...


Todo camburão tem um pouco de navio negreiro (O Rappa)

Tudo começou quando a gente conversava
Naquela esquina alí
De frente àquela praça
Veio os homens
E nos pararam
Documento por favor
Então a gente apresentou
Mas eles não paravam
Qual é negão? qual é negão?
O que que tá pegando?
Qual é negão? qual é negão?

É mole de ver
Que em qualquer dura
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
Agora usa farda
Engatilha a macaca
Escolhe sempre o primeiro
Negro pra passar na revista
Pra passar na revista

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

É mole de ver
Que para o negro
Mesmo a AIDS possui hierarquia
Na África a doença corre solta
E a imprensa mundial
Dispensa poucas linhas
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema

Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Ou das colunas sociais

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro