segunda-feira, 5 de março de 2012

Lá no Água Grande

Lavadeiras. Pintura de Carybé.
Lá no "Água Grande" a caminho da roça
Negritas batem que batem co'a roupa na pedra.
Batem e cantam modinhas da terra.

Cantam e riem em riso de mofa
histórias cantadas. arrastadas pelo vento.

Riem de alto rijo, com a roupa na pedra
e põem de branco a roupa lavada

As crianças brincam e a água canta.
Brincam na água felizes...
Velam no capim um negrito pequenino.

E os gemidos cantados das negritas lá do rio
ficam mudos lá na hora do regresso...
jazem quedos no regresso para a roça.

(Poema de Alda do Espírito Santo, poetisa de São Tomé)

Nenhum comentário:

Postar um comentário