sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Saudades da Capoeira

Mestre Roque, da Academia de Capoeira Ogunjá

Bom, hoje é sexta-feira, tá anoitecendo no momento em que eu escrevo e de repente bateu uma saudade louca da minha academia de Capoeira, a Ogunjá, em Santo Antonio de Jesus, cidade do Recôncavo da Bahia, onde morei por mais ou menos 6 anos, enquanto estudava.
As aulas acontecem as segundas e quartas e, tradicionalmente, às sextas-feiras acontecem as rodas, onde todo mundo joga. Pode ser tanto no espaço da academia quanto em alguma das praças da cidade. É nessa hora que a gente vê o quanto tá aprendendo de verdade e é um momento de descontração, apesar de ser tão sério quanto as aulas.
Lá pude aprender a valorizar ainda mais coisas como o respeito à ancestralidade e a transmissão de conhecimentos através dos bons exemplos e das regras de conduta. Ouvir o Mestre falando depois das aulas e das rodas era um dos melhores momentos pra mim. Ele, que já tem uma certa idade, sempre passava suas experiências e teve uma dose extra de paciência comigo, que cheguei sem saber nada mas sempre me dediquei a aprender tudo.
(In)felizmente meus estudos acabaram, e eu tive que voltar pra Salvador. Às vezes nossas obrigações cotidianas do mundo capitalista nos afastam das pessoas e das atividades que gostamos, mas elas nunca saem de nosso coração. Dedico a música a seguir ao meu Mestre de Capoeira Roque dos Anjos e a todo mundo na Academia de Capoeira Ogunjá. Desculpem meu egoísmo falando de algo tão particular, mas é que realmente sinto falta do meu lugar.


Às Vezes Me Chamam De Negro


Às vezes me chamam de negro
Pensando que vão me humilhar
Mas o que eles não sabem
É que só me fazem lembrar
Que eu venho daquela raça
Que lutou pra se libertar

Que eu venho daquela raça
Que lutou pra se libertar

Que criou o Maculelê
Que acredita no Candomblé
Que tem o sorriso no rosto
A ginga no corpo e o Samba no pé

Que tem o sorriso no rosto
A ginga no corpo e o Samba no pé

Que fez surgir de uma dança
Uma luta que pode matar
Capoeira, arma poderosa
Luta de libertação
Brancos e negros na roda
Se abraçam como irmãos

Camarada o que é meu
É meu irmão
Meu irmão do coracão
É meu irmão

2 comentários:

  1. Eu tenho amigos que participam de uma roda linda aqui em Porto. Assisti algumas vezes, é encantador!

    Um beijo.

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  2. É apaixonante, Luna! Depois que vc começa, fica difícil parar.
    Beijo!

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