quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A pedra do meio do caminho



Tirei a pedra do meio do caminho
A pedra que uns tais, que se queriam senhores,
No meio do caminho colocaram,
Tentando esconder a liberdade de minha gente,
Pra vir maior o banzo e menor a esperança, no íntimo de minha gente.

Tirei a maldita pedra do meio do caminho,
Com muito custo
E à custa de muita dor.
E agora digo com orgulho!
          ...grito com orgulho!
      ...ostento com orgulho!
Tirei a pedra do meio do caminho!
A pedra que escondia o caderno e a caneta.
A pedra que obliterara o mérito do Gama, do Barreto e da Carolina de Jesus...
A pedra do tropeço do Simona...

Tirei a pedra do meio do caminho.
Fiz dela um instrumento de resistência,
E a usei pra quebrar as correntes do cativeiro.
Fragmentei-a e a transformei em ponte,
Por onde hoje me mantenho em conexão
Com memória de minha gente guerreira,
Com a história de minha liberdade.

Tirei a pedra do meio do caminho.
Carreguei-a nas costas, bem além do caminho.
Converti-lhe em pedra bendita...
Converti-lhe em pedra bendita de alvenaria,
E soube-lhe lindo monolito de Aganju
Converti-lhe em peji dos meus Orixás.
E soube-lhe Otá sagrado...
Laterita de Yangi, descortinando-me a abertura do caminho,
Descortinando-me incontáveis novos caminhos...

(Carlos Copioba)

2 comentários:

  1. Você sempre com posts maravilhosos. Vou te add no face ok? Mais fácil pra trocarmos ''figurinha''. Aline D.W. :D

    MundoBichoGrilo

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  2. Muito obrigado, Aline! Também gosto muito do seu. Valeu por me add! Bjos

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