Dia 2 de fevereiro é uma data especial para os pescadores e adeptos do Candomblé de diversas partes do Brasil, especialmente para os baianos. É quando se sauda a "Rainha do Mar", a "Dona das Águas Salgadas", a grande mãe Iemanjá.
Em Salvador, desde a madrugada, as colônias de pescadores do bairro do Rio Vermelho organizam as oferendas, que geralmente são espelhos, perfumes e flores - os seus presentes favoritos - para levar ao mar nos balaios, agradecendo pela fartura na pescaria ou em outros âmbitos da vida, e fazendo pedidos.
A festa de Iemanjá há muito tempo já transcendeu os pescadores e o Candomblé. Aqui na Bahia, por exemplo, é comum encontrar pessoas de diversas religiões (tá bom, evangélico não conta!), das variadas classes sociais e atividades econômicas. É um dos principais eventos religiosos do calendário baiano e leva ao bairro do Rio Vermelho mais de 400 mil pessoas todo ano. Sua origem, como não podia deixar de ser, remete ao período colonial, trazida e adaptada pelas diversas etnias africanas e passada de geração em geração.
Iemanjá é um dos Orixás da Criação, sendo assim, uma das mais respeitadas divindades, a Mãe dos Orixás. Sua importância é tão grande que muitos dos que tentam se apropriar de sua imagem se esquivam de mostrá-la como negra, como ela é, assim como todos os outros Orixás. É difícil achar uma imagem que a retrate como uma mulher negra. A maioria das representações de Iemanjá as deixa quase como uma santa católica, provavelmente influência do sincretismo religioso, que foi muito importante na época da repressão à religiosidade dos antigos escravos, mas hoje é completamente desnecessária.
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