quarta-feira, 22 de setembro de 2021

100% dos mortos pela PM em Salvador em 2020 eram homens Negros

 


O Profissão Repórter da TV Globo desta terça-feira (21) que abordou a violência policial mostrou um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre os números da letalidade policial no estado da Bahia. Houve um aumento de 47% neste índice.

O número de pessoas mortas pela polícia na Bahia saltou de 773, em 2019, para 1.137, em 2020. O estado ultrapassou em números absolutos São Paulo — que teve 814 mortes — e se aproximou do Rio de Janeiro, o estado com a polícia mais letal do país, com 1.239 mortes registradas.


Os dados também indicam que 100% das vítimas de violência policial em Salvador eram homens negros.

Esses dados só reforçam o que sempre digo: a Polícia Militar é uma instituição genocida que se submete a tentar terminar o trabalho que a escravidão começou. 

A polícia não chega nos bairros periféricos de outra forma, é sempre a velha história da "troca de tiros".

Nunca houve nenhum plano concreto de ressocialização de pessoas marginalizadas. Não há o cuidado e o respeito aos moradores, todo mundo é visto como suspeito. Não recebemos sequer o benefício da dúvida. No começo desta semana, dois homens Negros foram encontrados mortos, horas após terem sido presos, "confundidos" com assaltantes de ônibus.


É por motivos assim que a maioria das pessoas Negras não confia na polícia. Não nos sentimos seguros nem protegidos por ela, até porque ela não foi criada pra isso. Ser homem Negro e periférico no Brasil é temer, ao mesmo tempo, ser abordado por criminosos ou ser parado por uma viatura em alguma rua deserta e mal iluminada.


Em nome de uma suposta "guerra contra as drogas", nosso povo vai sendo dizimado aos montes, todos os dias. Nessas horas, pouco importa se o governador é de "esquerda", como o petista Rui Costa (aquele mesmo que classificou a Chacina do Cabula como um "gol de placa da PM") ou de "direita", como o do tucano João Dória. O racismo no Brasil é ambidestro e o único sangue na calçada é o nosso.

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