segunda-feira, 10 de julho de 2017

Angela Davis fará conferência na Universidade Federal da Bahia

Angela Davis discursando na Marcha das Mulheres, em janeiro deste ano.

Se depender do ânimo de vários grupos da comunidade universitária, a conferência da filósofa e ativista norte-americana Angela Davis, no salão nobre da Reitoria da UFBA, às 18 horas do dia 25 de julho, uma terça-feira, cumprirá o que anuncia em seu título: atravessará o tempo e entrará para a história.
Intitulada precisamente “Atravessando o tempo e construindo o futuro da luta contra o racismo”, a palestra resulta de uma parceria entre o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM/UFBA), com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), instituição que propôs a vinda da filósofa para ministrar um curso a um grupo de sua comunidade universitária, e a organização feminista Odara – Instituto da Mulher Negra.
A grande expectativa em torno da conferencista se dá, segundo a coordenadora do NEIM, professora Maíra Kubik, porque Angela Davis é referência mundial no enfrentamento antirracista e do pensamento crítico feminista na atualidade, ao mesmo tempo em que segue profundamente valorizada nos meios acadêmicos.
A professora Rosângela Araújo, também do NEIM, informa que, para atender à grande demanda prevista de público em Salvador, a UFBA  está providenciando transmissão direta da conferência pela TV UFBA, além de telões em três auditórios de unidades vizinhas à reitoria, no campus do Canela. O curso de Davis na UFRB, não aberto ao público, acontecerá dias antes da realização da palestra em Salvador – atividade que integra a programação do “Julho das Pretas”, cujo foco são as lutas das mulheres afro, latina, americana e caribenha.

Angela Davis: vida dedicada à defesa dos direitos da população negra e das mulheres.
A professora, filósofa, escritora e feminista, Angela Yvonne Davis, traçou uma trajetória de contribuição política nos Estados Unidos marcada pela luta em defesa dos direitos civis das pessoas negras e das mulheres, contra o encarceramento em massa do povo negro e pelo mundo sustentável.
Nasceu em 1944, no estado do Alabama, localizado no Sul dos Estados Unidos, onde havia forte segregação racial. Nos anos de 1970 destacou-se como militante comunista, membro do Panteras Negras e ganhou notoriedade ao ser ré de um dos mais controversos julgamentos criminais da história de seu país. Em consequência, no ano de 1978, recebeu o Prêmio Lênin da Paz. Já na década de 1980, ela candidatou-se a vice-presidente dos Estados Unidos, mas não obteve êxito e continuou a carreira de ativista política, escrevendo diversos livros, principalmente, sobre as condições carcerárias no país.
Nos últimos anos, ela continua a realizar discursos e palestras, principalmente em ambientes universitários e se mantém como uma figura proeminente na luta pela abolição da pena de morte na Califórnia. Atualmente, Davis defende a “democracia da abolição, que apenas será possível se dermos continuidade aos grandes movimentos em oposição à escravidão, ao linchamento e à segregação”. Para ela, “o desafio do século XXI não é reivindicar oportunidades iguais para participar da maquinaria da opressão, e sim identificar e desmantelar aquelas estruturas nas quais o racismo continua a ser firmado. Este é o único modo pelo qual a promessa de liberdade pode ser estendida às grandes massas”.
Recentemente, Angela proferiu um discurso na Marcha das Mulheres [Women’s March] contra Donald Trump, realizada no último dia 21 de janeiro de 2017, em Washington (EUA).
A tradução deste discurso pode ser lida AQUI.

Fonte: ufba.br

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