sábado, 20 de maio de 2017

As desigualdades sociais do Brasil em números e a importância das Ações Afirmativas


#Balanço2016: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
O Rendimento Médio Real Habitual para o Brasil em 2016 foi estimado em R$ 2.029. Nas regiões Nordeste e Norte, foi registrado rendimento médio inferior à média nacional. Já no Sul, Centro-Oeste e Sudeste, o rendimento médio ficou acima do apurado para o país.
Quanto ao sexo dos trabalhadores, também foi registrada significativa diferença em 2016. O rendimento médio das mulheres não chegou a 78% do recebido pelos homens.
Quando analisamos por cor ou raça, o rendimento médio dos pardos e dos pretos correspondia, respectivamente, a 56,6% e 55,7% do rendimento dos brancos.
Mais informações sobre a pesquisa: http://bit.ly/PNADContínua_4tri16. Confira no álbum http://bit.ly/BalançoIBGE2016 outros posts do #Balanço2016.
Fonte: IBGE

A análise destes dados reflete a desigualdade histórica e o abismo sociorracial existentes no Brasil que, apesar de terem diminuído nos últimos anos, permanecem extremamente graves. Numa interseção rápida entre os indicadores, não é difícil observar que o homem branco do Sudeste recebe muito mais que a mulher Negra do Nordeste, por exemplo. Curiosamente, ele é quem mais reclama sobre a "injustiça das cotas" e sobre os "privilégios do Bolsa-Família", em que, na sua visão deturpada, as mulheres nordestinas engravidam propositalmente, em troca deste "benefício". Literalmente, o detentor deste tipo de discurso é "gente que vive chorando de barriga cheia", como diria Zeca Pagodinho, em Maneiras.
As políticas de Ações Afirmativas e de combate à pobreza, tais como o sistema de cotas, os programa de transferência de renda, as bolsas de estudo e o financiamento estudantil, por exemplo, são fundamentais, a priori, para diminuir os abismos entre as classes e as raças, embora estas não devam ser definitivas nem eternas. Como principal argumento contra essas medidas, os historicamente privilegiados argumentam que "somos todos iguais", mesmo que todos os indicadores digam o oposto. 
É preciso analisar os dados e observar a realidade em que vivemos de maneira mais ampla, antes de sair pela internet  emitindo opiniões "achológicas", baseadas meramente no preconceito ou no medo de uma inversão nesta pirâmide. Só que não dá pra esperar coerência de quem alimenta o racismo, o sexismo, a xenofobia e as desigualdades sociais, como se estes problemas não existissem.





Nenhum comentário:

Postar um comentário