Ilê Aiyê, que significa "Mundo Negro" em Iorubá completa 37 anos |
Parabéns ao Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, fundado em 1º de novembro de 1974, no local de maior concentração de negros do país, o bairro do Curuzú-Liberdade, desfilando (e chocando) no carnaval de 1975 em Salvador, Bahia.
Até hoje tem gente que acha que o "Mais Belo dos Belos" pratica o "racismo ao contrário" por não aceitar brancos, em represália aos tradicionais blocos de "gente bonita" (como se nós não o fôssemos...) que simplesmente excluem a participação das populações Negras (a menos que estas se submetam a servir de cordão humano para separar seus associados do resto dos foliões).
Ao usar a expressão "racismo ao contrário" se referindo a supostos atos discriminatórios de Negros contra brancos, fica implícita a origem do racismo e a quem ele atinge com mais força, já que, em tese, não existe racismo "ao contrário".
O Ilê Aiyê tem por objetivo preservar, valorizar e expandir a cultura Negra, seja africana, seja brasileira ou de qualquer lugar do mundo. Por isso, desde sua fundação, o bloco homenageia países africanos ou majoritariamente Negros, além de revoltas Negras pelo Brasil e suas diversas expressões culturais.
A introdução de roupas, elementos, instrumentos e ritmos de origem africana causou uma revolução no carnaval da Bahia. Claro que isso já acontecia antes, mas havia sido suprimido pelos bailes carnavalescos de salão. Na era dos trios elétricos, o Ilê "chocou" a sociedade soteropolitana ao colocar sua "cara preta" na rua. Visto com desconfiança no começo (até porque a década de 1970 foi o auge da ditadura militar no Brasil), atualmente o Ilê Aiyê é, segundo suas próprias palavras, "um patrimônio da cultura baiana, um marco no processo de reafricanização do carnaval da Bahia".
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