Sam Wilson sob o manto do Capitão América. Fonte: Marvel/Legião dos Heróis |
Sou um grande admirador de HQs, mas não tenho grande simpatia pelo Capitão América, justamente por tudo que ele representa, a ideologia "perfeita" do American Way of Life. Contudo, a partir de setembro, o "Sentinela da Liberdade" passa a contar com a minha admiração.
Sam Wilson, o Falcão, um dos poucos heróis Negros das HQs (e sem muito destaque, como de praxe), será o herdeiro do uniforme Vermelho, Azul e Branco nos quadrinhos. O personagem manterá suas asas originais e será escrito por Rick Remender e desenhado por Stuart Immonem na revista All-New Capitain America.
A história para que isso aconteça será a seguinte: Steve Rogers, o Capitão original, terá envelhecido cerca de 65 anos em pouco tempo, por estar sem o Soro do Supersoldado, responsável por mantê-lo vivo, jovem e saudável por tantos anos. Como Sam era um dos seus melhores e mais competentes amigos, foi a escolha óbvia para sucedê-lo.
Normalmente, não gosto muito de mudanças extremas nos personagens das HQs, mas entendo o quanto as editoras principais, Marvel e DC Comics, precisam se atualizar e abraçar os novos tempos (recentemente foi anunciado que Thor será uma mulher. Antes disso, o Lanterna Verde já foi repaginado como um super-herói homossexual, o Homem-Aranha já teve sua versão Negra etc.), pois o perfil do consumidor de suas revistas mudou, ou simplesmente, se tornou mais exigente. As crianças e adolescentes nem sempre se identificam com os heróis originais, e isso, logicamente, interfere nas vendas.
Não são poucos os debates - inclusive acadêmicos - sobre o arquétipo do super-herói: o homem branco que salva as mocinhas inocentes e indefesas. Poucas exceções existem no caso das mulheres, como Mulher-Maravilha, Mulher-Gato e Tempestade, por exemplo. E é ainda mais difícil encontrar heróis Negros de relevância nas HQs (Pantera Negra, Luke Cage, Falcão etc.).
Não podemos afirmar com certeza se estas mudanças serão definitivas ou temporárias. O importante é que os quadrinhos estão começando a perceber a pluralidade do mundo e das suas fontes de renda. O lema "não me vejo, não compro", pelo menos nos EUA, começa a dar os primeiros frutos.
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