sábado, 5 de abril de 2025

Sugestão de leitura: O Livro Egípcio dos Mortos

 

O Livro dos Mortos é originário de um compilado de textos funerários, cujos primeiros exemplos são conhecidos como Textos da Pirâmide, porque eram escritos nas paredes das câmaras mortuárias nas pirâmides dos faraós. Os egípcios acreditavam que a vida após a morte era uma continuação da vida na Terra. 

O papiro mais antigo conhecido foi encontrado na Pirâmide do Rei Unas, em Saqqara, e data de, aproximadamente, 2345 a.C.

O objetivo dos Textos da Pirâmide era ajudar o faraó falecido a ocupar seu lugar entre os deuses e garantir uma viagem tranquila até o paraíso. Teria sido criado por Thoth, o Deus-Íbis do conhecimento e da sabedoria.

Quando os caixões mudaram de caixas retangulares de madeira  para uma forma que seguia os contornos do corpo mumificado do faraó, os textos passaram a ser escritos em um papiro que era enrolado e colocado no caixão, junto ao corpo.

Acreditava-se que o faraó entraria no Duat, ou "Mundo Inferior", onde era submetido a dois rituais: a pesagem do coração e a abertura da boca. Se o falecido seguisse as instruções do papiro e recitasse seus hinos e rituais, ele se tornaria um espírito abençoado, deixaria a múmia no túmulo e se juntaria a Rá, Osíris e a todos os outros faraós.

domingo, 9 de março de 2025

A tradição dos símbolos Adinkra


 Os ideogramas Adinkra são representações da tradição oral dos antigos povos Akan, que viviam na África Ocidental, mais precisamente em Gana, Costa do Marfim e Togo, e sua filosofia foi transposta para estes símbolos, o que permitiu sua permanência e transmissão através dos tempos.

Esses símbolos representam costumes, valores tradicionais específicos, fatos históricos, características de algum animal ou vegetal, parábolas e conceitos filosóficos etc. Eram utilizados em situações formais ou cerimônias especiais, como em velórios, por exemplo, estampados à mão em roupas como uma mensagem de despedida ao falecido, mas também poderiam ser esculpidos em madeira ou ferro, como uma espécie de carimbo.

Tenho alguns destes símbolos tatuados, com espaço pra mais em breve...

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

60 anos de morte de Malcolm X

 


"A mais perigosa criação do mundo, em qualquer sociedade, é um homem sem nada a perder".

Há 60 anos, Malcolm X foi assassinado no Harlem, por se opor publicamente ao sistema e à sociedade racista da América. O governo dos EUA tentou, em vão, sufocar suas ideias, mas elas permanecem vivas até hoje.

"Por qualquer meio necessário!"

Rest in Power, Malcolm! ✊🏿



domingo, 2 de fevereiro de 2025

2 de fevereiro, dia da rainha!

 


No dia 2 de fevereiro, celebramos Yemanjá, "a mãe cujos filhos são peixes", divindade dos povos Iorubá (Nigéria). Senhora dos mares, protetora dos pescadores, deusa da fertilidade e da prosperidade. Mãe dos Orixás.

Em Salvador, o culto a Yemanjá se destaca por não ser associado sincreticamente a nenhuma santa católica, como ainda acontece com outras divindades do Candomblé. Mãe Stella de Oxóssi sempre dizia que "santo é santo e orixá é orixá", ressaltando que o sincretismo foi importante durante a escravidão para a manutenção das religiões de matrizes africanas, que foram proibidas por séculos, pudessem continuar existindo, mas que hoje não é mais necessário.

É muito bom ver as praias cheias nesta data, mas ainda espero ver o respeito às religiões afro-brasileiras e indígenas no decorrer do ano.

Importante também preservar a origem Negra e Africana de Yemanjá, pra que a imagem dela sobreviva ao epistemicídio e ao embranquecimento, como já aconteceu com outras figuras históricas, mitológicas e religiosas pelo mundo.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Dia de Martin Luther King, posse de Trump e o pacto da branquitude

 


Hoje, 20 de janeiro, é celebrado, nos EUA, o Dia de Martin Luther King. Por uma infeliz ironia do destino, o dia que celebra o homem que se notabilizou pela luta contra o racismo e pelo sonho de convivência pacífica entre Negros e brancos é justamente a data da posse de Donald Trump, um dos mais notórios racistas do mundo pós-Segunda Guerra Mundial, que já chegou dizendo que vai acabar com qualquer coisa que faça referência a diversidade.

A própria formação do seu secretariado, com 11 bilionários brancos, donos dos principais conglomerados do país, já mostra que ele não estava brincando.

Tô lendo "O Pacto da Branquitude", de Cida Bento, e uma passagem me pareceu conveniente para o momento:

"Fala-se muito na herança da escravidão e nos impactos negativos para as populações Negras, mas quase nunca se fala na herança escravocrata e nos seus impactos positivos para as pessoas brancas."

Os bilionários (de lá, daqui ou de qualquer lugar do Ocidente) são descendentes diretos ou indiretos de quem saqueou, violentou e sequestrou milhões de pessoas na África, Ásia e América Latina ao longo de cinco séculos. E é por causa disso que o sonho de Luther King nunca esteve tão distante.

domingo, 12 de janeiro de 2025

O capitalismo sempre foi racial

 


"O capitalismo sempre foi racial. O capitalismo não seria a instituição econômica global que é hoje se não fosse pela escravidão, se não fosse pela colonização. E, de alguma forma, pensamos que são coisas separadas, mas, não são." 

(Angela Davis)