Hector Pieterson, de 13 anos, foi o primeiro alvo dos policiais no Massacre de Soweto, em 1976. Esta foto se tornou o símbolo da luta contra o apartheid. |
16 de junho é uma data icônica para os sul-africanos. Nesta data, em 1976, uma grande manifestação por melhorias na educação e contra o sistema segregacionista do apartheid, composta principalmente por crianças e adolescentes, foi reprimida com extrema violência pela polícia da África do Sul.
O apartheid pregava separação total entre brancos e Negros, inclusive em espaços públicos. Os Negros não poderiam circular por determinadas áreas do país sem um passe de autorização e além do período determinado. Os investimentos governamentais eram destinados, prioritariamente, à minoria branca da população, enquanto a população Negra ficava com uma qualidade precária dos serviços básicos. Na educação, por exemplo, os Negros precisavam pagar para estudar, enquanto os brancos estudavam de graça.
Soweto é uma região periférica de Johanesburgo, palco dos protestos contra as disparidades existentes, mas cujo estopim se deu após a obrigatoriedade do estudo do africâner, língua derivada do holandês que era falada pela minoria branca, e vista como um símbolo da dominação europeia sobre o país, bem como o próprio suporte teórico do apartheid. Em 16 de junho de 1976, milhares de pessoas saíram às ruas, mas o protesto que começou pacífico, foi alvo de uma dura repressão policial, que deixou centenas de mortos e milhares de feridos.
Em 1991, na cidade de Adis-Abeba, Etiópia, a Organização da Unidade Africana (OUA) instituiu a data como o Dia da Criança Africana. Esta data simboliza a luta por uma educação igualitária e de qualidade a todas as pessoas, um grande passo contra o sistema racista, contra a violência e um pouco de esperança em ver um mundo menos injusto. Esse foi um sonho de Mandela. Esse ainda é um sonho de todos nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário