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Gonzagão quebrou paradigmas, deselitizou os salões e mostrou um Brasil que o próprio Brasil desconhecia. |
Há exatos 100 anos atrás, em 13 de dezembro de 1912, na cidade de Exu, interior de Pernambuco, nascia a maior referência que o Nordeste possui até hoje. Luiz Gonzaga do Nascimento, que recebeu o merecido apelido de "Rei do Baião", cantou as belezas da cultura nordestina para os quatro cantos do país, mas também foi responsável por mostrar as carências da região, o flagelo da seca e a pobreza que ainda alimenta as classes dominantes do Brasil, mesmo um século depois de seu nascimento.
A principal música de sua carreira, Asa Branca, composta em parceria com Humberto Teixeira em 1947, é considerada o hino do Nordeste e já teve centenas de regravações em vários ritmos e até em outros idiomas.
Para além das idealizações que se costumam fazer aos "heróis", Gonzaga foi um homem simples, com diversos problemas, erros e acertos, como qualquer um de nós. Teve conflitos familiares, dilemas amorosos, dificuldades financeiras e morreu de parada cardiorrespiratória em 2 de agosto de 1989, aos 76 anos, depois de ter sofrido com uma osteoporose por vários anos. Mas o Luiz Gonzaga que se eternizou na história do Brasil é o homem que saiu de uma pequena cidade pernambucana e se tornou bem-sucedido fazendo algo sem precedentes até então, mas que revolucionou a maneira de se fazer música. A Música Popular finalmente se tornou Brasileira quando Gonzagão colocou o Nordeste no mapa.
Viva o Rei do Baião!
Asa Branca (Luiz Gonzaga/ Humberto Teixeira)
Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chores não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para eu voltar pro meu sertão
Quando o verde dos seus olhos
Se espalha na plantação
Eu te asseguro
Não Chores não, viu?
Que eu voltarei, viu meu coração.
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chores não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para eu voltar pro meu sertão
Quando o verde dos seus olhos
Se espalha na plantação
Eu te asseguro
Não Chores não, viu?
Que eu voltarei, viu meu coração.
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