quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Museu da Memória Afro contará a história dos negros no Brasil


O desafio de contar a história do negro no país pode ser vencido com a implementação do Museu Nacional da Memória Afrodescendente, em Brasília, prevista para dentro de três ou quatro anos. O museu será construído às margens do Lago Paranoá, em área de 65 mil metros quadrados cedida pelo governo do Distrito Federal. A Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, reuniu nesta quarta-feira, 27, pesquisadores e especialistas para discutir o assunto.
Na abertura do evento, a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação, Macaé Maria Evaristo dos Santos, defendeu a importância da preservação da memória brasileira.
“Precisamos trabalhar numa luta constante pela garantia do direito à memória e tradição. O museu poderá contribuir para a garantia do ensino da história e da cultura dos africanos e dos afrodescendentes, conforme determina a legislação”, ressaltou.
De acordo com o presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, falta um órgão que tenha capacidade de expressar a relevância da negritude, em nível nacional. “Não existe uma nação rica e desenvolvida sem a preservação de suas matrizes culturais”, afirmou.
Segundo os organizadores do seminário, é necessário reunir vestígios e conhecimentos e construir um museu que seja capaz não apenas de relembrar, mas de atualizar o passado à luz dos desafios do presente. Assim, o museu não deverá ser apenas uma sede de visitação pública, mas, acima de tudo, um centro de referência que inclua finalidades educativas, culturais, científicas e recreativas.
Participaram também do evento a ministra da Cultura, Marta Suplicy, a ministra chefe da secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Barros, e o secretário chefe da Casa Civil do Distrito Federal, Swedenberger Barbosa.
Fonte: Planeta Universitario/ Portal Geledés



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domingo, 24 de agosto de 2014

Povo de santo usa período eleitoral para garantir registro de partido

Partido reúne membros do candomblé no Bogum, um dos mais antigos terreiros do Brasil

Como experiência inédita,  o povo de santo brasileiro está articulando a oficialização de um partido político próprio.  A primeira vitória foi o direito, assegurado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de fundar diretórios. Eles estão presentes em cidades de 24 dos 27 estados do País.
Faltam representações apenas no Acre, Mato Grosso e  Roraima do Partido Popular da Liberdade de Expressão (PPLE) que, na verdade, é pronunciado com base na fonética mais usada no Nordeste: "pe-pe-lê" e não  como se recita as siglas tradicionais, o que daria "pe-pe-ele-é".

A pronúncia é importante pois ela soa como  pepelê, palavra em iroubá  usada para designar  a base de sustentação do otá, que é o altar sagrado no candomblé. 

"O povo negro é maioria nesse país, mas a minoria no poder", diz Marcelo Monteiro, presidente da executiva nacional do partido.
Monteiro é ogã do Idassilé Odé, situado no Rio de Janeiro. Ogã é o título  usado pelo sacerdote que não entra em transe nos terreiros de nação ketu, que são aqueles que cultuam orixás e tem o iorubá como língua litúrgica.
Ele também é babalaô, título para o sacerdócio no culto a Ifá, divindade que comanda os oráculos.
Monteiro é candidato a deputado federal pelo Partido Verde (PV), pois os diretórios decidiram que antes da oficialização - é necessário reunir 500 mil assinaturas- cada membro do Pepelê poderia se vincular  a outros partidos, mas apenas de forma individual, pois a ideia é seguir um caminho próprio.
"Há algum tempo começamos a compreender que os partidos existentes não  contemplam todas as nossas demandas. Por isso chegou a nossa hora", afirma  Edvaldo Matos, presidente da executiva do partido em Salvador.
Edvaldo é tata do Unzó Gangafunã Sussanã. Tata é o termo equivalente a ogã, usado  na nação angola, que cultua os inquices e tem o grupo banto como idioma litúrgico. 
Mobilização
A expectativa é que a instalação da executiva estadual aconteça em novembro. "Se apresentarmos um projeto forte e sincero vamos dialogar com várias instituições e movimentos também de outros grupos que sofrem discriminação como indígenas e ciganos", afirma Edmilson Sales, secretário da executiva municipal e ogã suspenso  (fase antes da iniciação religiosa) do terreiro Bogum, um dos mais antigos do Brasil.
A executiva em Salvador foi instalada em maio desse ano. De lá para cá, a executiva faz reuniões para novos militantes na capital, no interior do estado e, principalmente, em terreiros.      

Na tarde da última quarta-feira, por exemplo, a ialorixá do  Ilê Tomim Kiosisé Ayo, Iara de Oxum, foi a anfitriã de um dos encontros. O terreiro fica  em Cajazeiras XI.

"Senti segurança, pois foi um movimento vindo do Siobá, que é uma associação dos ogãs e tatas. O Pepelê é uma coisa séria, vinculado à nossa religião e à preservação dos nossos direitos que vivem ameaçados", avalia.
Opinião parecida tem o babalorixá Adriano Ominirê, que lidera  o Ilê Axé Ibá Oju Omi em  Cajazeiras IV. "O Pepelê vai trazer segurança para nós. Precisamos da força de um partido, pois somos desrespeitados quando somos agredidos por nossa crença", afirma. O babalorixá já abraçou a missão de criar o diretório do partido em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).  
O doutor em antropologia e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Jocélio Teles aponta a iniciativa como pioneira. Experiências semelhantes, segundo ele, foram baseadas apenas na questão étnica como o Partido Independiente de Color (PIC), criado em Cuba, no início do século XX, e a Frente Negra Brasileira,  liderada por Abdias do Nascimento e atuante, principalmente, nos anos 30. 
As duas iniciativas foram perseguidas e declaradas ilegais. "Esse movimento atual me parece ter surgido porque os partidos políticos já não respondem totalmente a uma parte das demandas do povo de santo", aponta Teles.
Autor do livro O  poder da cultura e a cultura no poder, um estudo sobre a disputa simbólica da cultura afro-brasileira tanto pelo estado como por movimentos civis, Teles destaca que essa movimentação é também reflexo do crescimento da representação evangélica em câmaras municipais e parlamentos.
O candomblé e a umbanda, desde a década de 90, sofrem ataques de correntes evangélicas em púlpitos, mas principalmente nas rádios e TVs pertencentes às igrejas e  que são concessões públicas.
Portanto, vagas em espaços de poder  valem muito. "Queremos manter os direitos que querem nos tirar", diz o babalorixá Ominirê.
Fonte: Portal A Tarde

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Trote racista provoca expulsão e suspensões de universidade federal em Minas Gerais

Universitários são punidos por causa de trote racista (Foto: Reprodução)

Um estudante da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi expulso e três foram suspensos por um semestre por causa de um trote considerado racista ocorrido no início do ano passado. As punições adotadas nesta terça-feira (12) pelo Conselho Universitário da instituição foram adotadas com base em parecer de comissão que chegou a investigar 198 estudantes da Faculdade de Direito.
Este ano, a universidade editou resolução que proíbe qualquer tipo de trote. O caso que resultou nas punições ocorreu em 15 de março de 2013 e foi motivo de polêmica por causa da divulgação de fotos em que veteranos aparecem fazendo a saudação nazista ao lado de um calouro amarrado a uma pilastra.
Em outra fotografia, uma aluna pintada de preto e com um cartaz pendurado no pescoço com a frase “Caloura Chica (sic) da Silva” é puxada por uma corrente por outro estudante.
Universitários são punidos por causa de trote racista (Foto: Reprodução)

Para a comissão formada por três professores da faculdade encarregada do processo administrativo disciplinar contra os estudantes, as imagens, veiculadas em redes sociais e na imprensa, são “repulsivas e remontam a situações simbólicas de discriminação histórica, além de atentarem contra as conquistas da liberdade, igualdade e diversidade garantidas juridicamente, o que não pode ser olvidado, especialmente em uma faculdade de Direito”.
Segundo a assessoria da UFMG, o parecer foi decisivo para a expulsão de Gabriel de Vasconcelos Spínola Batista e as suspensões de Gabriel Augusto Moreira Martins, Gabriel Mendes Fajardo e Giordano Caetano da Silva pelo “envolvimento na aplicação de trote em alunos do primeiro período da Faculdade de Direito”.
Ao todo, a sindicância instaurada para apurar o caso constatou que 68 alunos do segundo período da faculdade participaram do evento, 98 estudantes contribuíram com dinheiro para o trote e 32 integrantes do centro acadêmico fizeram a distribuição de bebidas alcoólicas na ocasião, mas apenas os quatro punidos aparecem nas fotos.
“A Universidade tem uma responsabilidade perante a sociedade e a comunidade, e atos como esses não podem ser tolerados”, avaliou o reitor da instituição, Jaime Ramírez.
Para ele, as punições “vão ao encontro de medidas” adotadas este ano pela universidade, como a resolução que proíbe trotes. A reportagem não conseguiu localizar os estudantes na noite de hoje.
Fonte: correio24horas.com.br

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Quando o sol nascer, comece a correr!


"Toda manhã na África, a gazela acorda. Ela sabe que precisa correr mais rápido que o mais rápido dos leões para sobreviver.
Toda manhã um leão acorda. Ele sabe que precisa correr mais rápido que a mais lenta das gazelas, se não, morrerá de fome.
Não importa se você é um leão ou uma gazela. Quando o sol nascer, comece a correr."

Provérbio Africano.